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Reportagem

Sem vigilância na praia, a tática é "molha e seca"

07 abr, 2023 - 15:38 • Pedro Mesquita

Na quinta-feira registaram-se três vítimas mortais nas praias portuguesas. Autoridade Marítima recomenda aos banhistas para não se aproximarem da linha de água.

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Reportagem de Pedro Mesquita na Praia da Leça, em Matosinhos

A Autoridade Marítima Nacional recomenda prudência a quem já arrisca os primeiros mergulhos e a Renascença foi à areia de Leça da Palmeira, em Matosinhos, verificar se a mensagem está a passar: "Atenção que não há vigilância e, nesta altura do ano, o mar é traiçoeiro".

Não assistimos a comportamentos de risco, provavelmente porque ouviram o alerta na rádio, e também porque o mar fez vitimas nas ultimas horas e as más notícias correm depressa. Hoje, a tática dos banhistas de primavera é o "molha e seca".

O mar em Leça da Palmeira, Matosinhos, até parece calmo... mas nunca fiando, que pode haver redemoinhos e a vigilância ainda não vai à praia.

Toalha vermelha, calção azul, Manuel está secar de um mergulho: "Para quem não conhece é arriscado. Há sempre surfistas aqui que ajudam à vigilância, mas nesta altura do ano há sempre a força do mar. É tranquilo se não ariscarmos muito".

No tempo em que fiquei na praia, Manuel não arriscou. Os mergulhos foram coisa rápida, mas apetecia ficar mais. Diz-me que a água "estava quente. Para esta altura do ano, a água estava boa".

Pois...

Há quem diga precisamente o contrário, a Daniela, já morena, que se limitou a molhar os pés, tal como o seu filho de quatro ou cinco anos: "A água está bastante fria e é arriscado. É preciso ter muito cuidado e não facilitar, principalmente com crianças".

Daniela não tira os olhos do filho, que ainda não foi ao mar. Claro que há boa explicação: "Vamos de férias ao Brasil na terça-feira e ele só quer água quente".

Percebo a ideia, Daniela. É altura de fazer uma caminhada até à próxima toalha.

O sol está quente e, por esta altura, já estão dezenas de pessoas na praia mas nada que obrigue ainda a grande cuidado para não tropeçar nos que já tostam ao sol. Mais uns metros, e aí está o Diogo. Há muito que já pensava tirar a toalha da gaveta e foi hoje. Até já deu um mergulho: "Já dei, sim senhor. Claro que, sem vigilância é preciso ter um pouco mais de cuidado. Se calhar, o melhor é limitar o banho à zona dos pés e dos joelhos. Mais do que isso pode ser perigoso. As ondas estão baixinhas mas facilmente com a corrente, e tudo o mais...convém não arriscar muito".

Pois convém... para que não existam surpresas.

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