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Morreu Maria Antónia Fiadeiro, escritora, jornalista e ativista

01 abr, 2023 - 15:27 • Ricardo Vieira

“Maria Antónia Fiadeiro, exemplo de inteligência, bravura e sensibilidade, faleceu na noite passada", avançou a editora Oficina Caixa Alta.

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Morreu a escritora e jornalista portuguesa Maria Antónia Fiadeiro, ativista da causa feminista. Tinha 81 anos.

A notícia foi avançada este sábado pela editora Oficina Caixa Alta.

“Maria Antónia Fiadeiro, exemplo de inteligência, bravura e sensibilidade, faleceu na noite passada. O legado que nos deixa não cabe nas páginas de tudo o que escreveu, nas palavras que esgrimia com perícia e argúcia, nem em tudo o que fez em prol das mulheres em Portugal ou nas obras artísticas que inspirou e aplaudiu”, refere a editora, numa mensagem publicada nas redes sociais.

Maria Antónia Fiadeiro nasceu em Lisboa, em 1942. Esteve envolvida na crise académica de 1962, que desafiou o regime de Salazar, e acabou por ser presa pela primeira vez pela PIDE.

Em 1964 deixou Portugal rumo ao exílio, primeiro, na Argélia e depois em Paris e São Paulo, onde volta à universidade e inicia a carreira jornalística.

Regressa a Portugal em 1972 e é presa novamente pela PIDE, durante um mês, na cadeia de Caxias.

Publicou os livros “Cadernos de Reportagem: Aborto, o Crime está na Lei”, “Mulheres século XX, 101 livros”, “Devo a mim próprio a memória da minha vida: Fernando Piteira Santos”, “Maria Lamas (Biografia)” e o mais recente “Artistas, artesãs, pioneiras”.

Ao longo da sua carreira, Maria Antónia Fiadeiro trabalhou nas publicações Europa-América e em vários jornais e revistas, como no suplemento Mulher do “Diário de Notícias”, no “Diário de Lisboa”, no “Jornal de Letras”, “Artes e Ideias”, “Casa e Decoração” e “Máxima”.

Governo lamenta morte de jornalista ativista

A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, "lamenta a morte de Maria Antónia Fiadeiro, empenhada feminista, que lutou pela despenalização do aborto, e jornalista ativista".

"Maria Antónia Fiadeiro foi um exemplo no modo como se dedicou à defesa dos direitos das mulheres, mas também em áreas de estudo ligadas às migrações e relações interculturais", refere Ana Catarina Mendes, em comunicado enviado à Renascença.

Sabendo que não devemos tomar todos os direitos como garantidos para sempre, por haver quem insista em reduzir a condição da mulher, devemos ter presente o exemplo maior da vida e obra de Maria Antónia Fiadeiro, sublinha a ministra na mensagem de condolências.

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  • M.Amélia C. Campos
    01 abr, 2023 Almada 17:59
    Até sempre Maria Antónia. Os meus pêsames à família.

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