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Porto

Greve sem impacto nas escolas. "Os professores exigem respeito, nós temos medo"

17 mar, 2023 - 10:48 • André Rodrigues

Greve da Função Pública não tem serviços mínimos decretados. Sindicalistas acusam diretores escolares e municípios de atropelarem a paralisação com a decisão do colégio arbitral para a greve do S.T.O.P que, segundo alegam, nada tem a ver com este protesto.

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O dia de greve foi dia de aulas na Escola Secundária Fontes Pereira de Melo, no Porto. Ali, mesmo ao lado, também a Secundária Clara de Resende estava de portas abertas.

Na manhã desta sexta-feira, o retrato era o de um dia de aulas normal, como qualquer outro.

O único sinal visível de contestação era uma reduzida concentração silenciosa de professores a exigir ‘Respeito’, podia ler-se nos pequenos cartazes que exibiam.

Foi assim na cidade do Porto e na esmagadora maioria das escolas do distrito, apesar de a paralisação convocada pela Frente Comum não ter serviços mínimos previstos.

Em causa está a interpretação que, tanto os diretores escolares, como os municípios fazem da decisão do colégio arbitral que decretou serviços mínimos para a greve convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.T.O.P) para pessoal docente e não docente.

Para Lurdes Ribeiro, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN), será essa a razão que explica o impacto aparentemente reduzido nas escolas.

“Nós não estamos ao abrigo destes serviços mínimos, avisamos todas as câmaras aqui a norte; só Braga e Fafe e que nos ouviram, mas as outras câmaras, nomeadamente Matosinhos, fez exatamente o contrário: mandou um e-mail a todos os diretores dizendo que qualquer assistente operacional, qualquer trabalhador que fizesse greve, e estivesse na lista dos serviços mínimos, teria um processo de disciplinar”, denuncia.

A consequência desta ameaça? “O medo... os professores exigem respeito, nós temos medo”, reconhece a sindicalista.

“A esmagadora maioria [das escolas do distrito] vai estar aberta, por causa dos serviços mínimos”. Uma das exceções é a Escola Manuel de Oliveira, na freguesia de Aldoar.

“Acredito que haja outras que estarão encerradas, mas na Manuel de Oliveira – e em todo o agrupamento – há escolas, sobretudo algumas básicas do primeiro ciclo, que não estarão a funcionar, porque os trabalhadores, mesmo estando nesses tais serviços mínimos ilegais, não os vão cumprir”, garante a dirigente do STFPSN.

Finanças de portas abertas

Na volta pelos serviços públicos da região do Porto, a Renascença constatou, ainda, um cenário de aparente normalidade em repartições da Autoridade Tributária e Aduaneira.

Em Vila Nova de Gaia, as duas dependências da Avenida da República estão de portas abertas, sem constrangimentos aparentes e com os utentes a serem atendidos normalmente.

A fila no exterior de uma das repartições é de utentes que aguardam para ser atendidos, por não estarem autorizados a aguardar no interior, por falta de espaço.

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