02 mar, 2023 - 23:25 • José Carlos Silva , Marta Pedreira Mixão
A Polícia Judiciária Militar vai abrir uma investigação à explosão no Campo Militar de Santa Margarida, em Constância, ocorrida esta tarde.
Em declarações à Renascença, Presidente da Associação Nacional de Sargentos, António Lima Coelho, considera que é necessário refletir sobre outros fatores que colocam em risco a vida de militares.
Para António Lima Coelho, "isto não pode ficar pelas palavras de lamento do Sr. primeiro-ministro, da senhora ministra e do comandante Supremo da Forças Armadas".
O presidente da Associação Nacional de Sargentos acrescenta que as vítimas nas Forças Armadas nem sempre foram tratadas com o devido respeito pelas instituições do Estado e faz votos de que desta vez, não seja assim.
"Como é que vai ser dada resposta aos familiares de quem perdeu um ente querido? Será que vamos assistir, como noutros casos não muito distantes, a que se passam meses e meses sem que seja feita a resposta do apoio social necessário a quem fica? O que vai acontecer com os nossos camaradas que ficaram feridos?", questiona.
António Lima Coelho relembra ainda que "para cada vez mais missões, temos cada vez menos efetivos. Isto traz, para os militares que desempenham as missões, uma forte carga horária".
Num balanço realizado perto das 20h00, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Constância disse aos jornalistas que o incidente ocorreu quando uma máquina ficou destruída quando estava a fazer a inativação de explosivos.
Marco Gomes explicou que, após as manobras do Exército, por uma questão de segurança, são mobilizadas equipas para inertizar os explosivos que possam não ter sido detonados.
“Os militares fazem treino operacional com cargas explosivas e é um procedimento padrão que não correu como desejado. [O incidente ocorreu quando uma] máquina estava a operar e soterrar todo o explosivo que ficou danificado e resultou numa vítima mortal”, frisou.
De acordo com o comandante dos Bombeiros Voluntários de Constância, a vítima mortal tinha 47 anos e era um dos elementos da equipa de inativação de explosivos.
Segundo o Comando Sub-regional do Médio Tejo, o alerta foi recebido às 16h49 e para o local (no distrito de Santarém) foram enviados 35 operacionais, 12 veículos e um helicóptero do INEM.