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Mais de 1.600 episódios de violência contra profissionais de saúde em 2022

02 mar, 2023 - 03:18 • Lusa

O número considerado recorde prende-se com um "incentivo à denúncia", de acordo com o coordenador do Gabinete de Segurança para a Prevenção e o Combate à Violência contra os Profissionais de Saúde.

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Mais de 1.600 episódios de violência contra profissionais de saúde foram registadas no ano passado na plataforma Notifica, um recorde desde que foi criada, há três anos, e as instituições denunciaram criminalmente mais de 200 situações.

"Foi o ano com maior número de notificações desde que existe a plataforma. Tivemos 1.632 registos de episódios de violência" contra profissionais de saúde, disse à Lusa o coordenador do Gabinete de Segurança para a Prevenção e o Combate à Violência contra os Profissionais de Saúde, Sérgio Barata.

Segundo o responsável, a subida do número de registos no ano passado foi muito influenciado por um "incentivo à denúncia", que leva a uma maior sensibilização para a necessidade de reporte destas situações, não só pelos profissionais, mas também pelas instituições.

"Não são apenas os profissionais, por si, que denunciam estes casos. As instituições também reportam", lembrou o responsável.

Os dados fornecidos pelo Ministério da Saúde indicam que quase todas as instituições (97%) têm nomeado o Ponto Focal Institucional e que 85% constituíram Grupos Operativos Institucionais, envolvendo um total de 1.540 profissionais.

"Todas estas pessoas sabem que, quando acontece alguma coisa, deve-se proceder ao registo porque queremos conhecer melhor a realidade", explicou o coordenador do gabinete.

Em conjunto, as forças de segurança -- mais de 200 polícias e elementos da GNR - e as instituições do Serviço Nacional de Saúde realizaram no ano passado 430 ações de formação sobre prevenção da violência, em que participaram 12.509 profissionais de saúde.

À Lusa, Sérgio Barata explicou que as ações desenvolvidas são muito diferentes.

"Temos ações da PSP e GNR com duas componentes: Com uma parte teórica, em que é explicado o procedimento criminal, o que acontece perante uma queixa, e uma parte mais prática, com conselhos de autoproteção perante alguém potencialmente violento".

"Há ainda outra componente de formação, para os pontos focais, em que explicamos questões sobre organização de segurança e sobre a implementação do plano e sobre os protocolos e procedimentos a seguir. Há igualmente muita formação ministrada pelas instituições", explicou.

Além destas ações de formação, que envolvem profissionais dos diversos departamentos das instituições de saúde, há também ações dirigidas, por exemplo, para serviços de psiquiatria.

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  • Anastácio José Marti
    02 mar, 2023 Lisboa 09:55
    Meditando sobre os reais motivos destas realidades aconteceram, mesmo sabendo que na classe médica, como em todas as atividades há competentes e incompetentes, mas como pode um cidadão reagir quando milhares continuam a ver a sua saúde deteriorar-se de dia para dia por continuarem sem ter médicos de família, outros como eu, que estou há 7 meses a aguardar que o Hospital de Santa maria queira marcar e realizar uma consulta de Neuroftalmologia solicitada pela médica que me segue na consulta de Neurocirurgia do mesmo hospital e estou há 4 meses a aguardar que o mesmo hospital me queira marcar e realizar uma ECOGRAFIA solicitada pela Nefrologista que me segue naquele hospital, o que para um utente de Alto Risco como eu sou, do conhecimento do mesmo hospital, com 885 de incapacidade, como querem que quem assim é desrespeitado no acesso aos cuidados de saúde primários por quem para os tratar sempre foi pago, reaja, alguém no meu lugar aceitava passivamente tantas irresponsabilidades, incompetências e ilegalidades pois aqueles serviços têm prazos para respeitarem e que nunca respeitaram?

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