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INEM. Centro de Informação Antivenenos realizou cerca de 70 consultas diárias em 2022

20 fev, 2023 - 10:28 • Lusa

Ingestão de medicamentos continua a ser a razão que mais motiva o contacto com o Centro de Informação Antivenenos.

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O Centro de Informação Antivenenos do INEM realizou uma média de cerca de 70 consultas por dia em 2022, totalizando 25.167, a maioria motivada por medicamentos, principalmente antidepressivos e ansiolíticos, e produtos de limpeza como lixívias e detergentes.

Os dados foram divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que lançou a campanha "Nem tudo o que parece é", com o objetivo de alertar para a existência deste serviço especializado em intoxicações, acessível a qualquer pessoa através do número telefónico gratuito: 800 250 250.

Das 25.167 consultas realizadas no ano passado no Centro de Informação Antivenenos (CIAV), 24.034 (95,49%) estavam relacionadas com situações de exposição a um potencial tóxico, refere o INEM em comunicado, sublinhando que "cerca de 56% desses casos resultaram de uma exposição não intencional e, como tal, evitável".

Segundo os dados do CIAV, 8.419 consultas envolveram crianças, sendo que a maioria (58%) tinham menos de cinco anos.

Já nos 15.159 casos referentes à população adulta, 63% são mulheres, registando-se um maior número de consultas na faixa etária entre os 20-29 anos, com 2.898 casos.

Medicamentos lideram a lista

Os medicamentos continuam a ser a razão que mais motiva o contacto com o Centro de Informação Antivenenos, tendo totalizado 10.045 ocorrências envolvendo ansiolíticos (4.734), antidepressivos (3.074) e antipsicóticos (2.237).

As substâncias de abuso (1.796), incluindo álcool; os produtos de limpeza como lixívias (1.464) e detergentes (1.329); e os pesticidas (1.304), representam 83% dos casos envolvendo outros produtos e que determinaram o recurso ao centro, segundo do dados do "Boletim CIAV -- Estatísticas 2022".

No momento do contacto com o centro, 53,85% (12.942) dos utentes apresentavam sintomas, tendo sido possível resolver a situação através das indicações do CIAV em 42,88% (10.306) das situações, sem necessidade de envio de meios de emergência médica ou recurso a uma unidade de Saúde.

Os dados referentes a 2022 indicam que a maioria dos contactos recebidos no CIAV são transferidos através do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM (7.193), após contacto via 112.

Seguem-se as chamadas efetuadas diretamente para o 800 250 250, oriundas de Unidades Hospitalares (6.597) e de utentes que ligam do domicílio (5.406).

Campanha de sensibilização

O INEM salienta que a campanha "Nem tudo o que parece é" visa sensibilizar a população para a existência do CIAV, um centro médico especializado de consulta telefónica na área das intoxicações que funciona ininterruptamente e que também dá resposta a situações de intoxicação em animais.

Na consulta estão médicos com formação específica na área da toxicologia, que prestam apoio ao público em geral e a profissionais de saúde em situações relacionadas com a exposição a tóxicos, medidas de prevenção ou qualquer informação na área da toxicologia.

A campanha agora divulgada integra o "Projeto CIAV - Centro de Informação Antivenenos" que teve como objetivo o desenvolvimento de uma Plataforma de Notificação de Produtos no CIAV e a ligação ao Portal Europeu de submissão de produtos da European Chemical Agency (ECHA).

"Trata-se de um projeto cofinanciado pelo Portugal 2020, no âmbito do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização, no montante de 746.607,16 euros, dos quais 425.192,78 euros são provenientes do Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional", refere o INEM.

A campanha "Nem tudo o que parece é" está presente em vário meios, nomeadamente na rádio, "outdoors" e plataformas digitais, e terá outros suportes educativos como cartazes e publicidade em ambulâncias do INEM.

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