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"Luta contra o tempo". Dois bombeiros de Albufeira e o cão Axe vão tentar salvar vidas na Turquia

07 fev, 2023 - 23:04 • Marta Pedreira Mixão

Missão vai decorrer até sábado, em colaboração com uma equipa espanhola. O objetivo é resgatar pessoas com vida na sequência do violento sismo que provocou milhares de vítimas.

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Dois elementos da corporação de bombeiros Voluntários de Albufeira e o cão Axe - treinado para procurar pessoas soterradas em situação de catástrofe - vão juntar-se, esta quarta-feira, ao grupo espanhol de resgate que já se encontra em Adana, no sudeste da Turquia, muito próximo do epicentro do violento sismo que provocou milhares de mortos e feridos.

"Estas equipas são altamente especializadas para a busca e deteção de pessoas soterradas com vida. Portanto, estamos aqui claramente numa missão, numa corrida contra o tempo, e é o objetivo destas equipas - num total de oito operacionais e quatro cães que irão estar em operação a localizar pessoas soterradas com vida", refere o comandante dos Bombeiros Voluntários de Albufeira, Abel Zua, em declarações à Renascença.

A equipa de Málaga - seis operacionais e três cães - avançou logo na segunda-feira, às 17h00, e já tem o reconhecimento do território feito e estão preparados para integrar os membros portugueses, que deverão integrar a missão na quarta-feira, ao início da tarde.

"Esta é uma missão que está prevista começar, precisamente, amanhã [quarta-feira] e terminar no próximo sábado. Todo este esforço é também lançado naquilo que é a janela de tempo que é considerada para podermos resgatar com vida eventuais vítimas que possam estar soterradas. Sendo que, a partir a partir deste período, naturalmente, irão se encontrar ainda vítimas com vida, mas a esperança começa a decrescer", acrescenta o comandante.

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O Corpo de Bombeiros mantém ainda uma estrutura de apoio que envolve, entre outros especialistas, dois psicólogos que vão estar a acompanhar a missão à distância.

"Vão estar precisamente a dar o apoio e o conforto que é necessário aos operacionais, uma vez que eles, no teatro de operações, vão [ver] o cenário de catástrofe, com milhares de mortos, milhares de feridos irão ver coisas muito pouco agradáveis. E convém estar a mobilizar e perceber, do ponto de vista emocional e anímico, como é que os operacionais se mantêm", explica Abel Zua.

A corporação dos Bombeiros de Albufeira, neste caso concreto, tem um projeto em curso há quatro anos, que assenta numa rede de centros de formação designada por método Arcón, e tem autonomia no âmbito da busca e resgate em estruturas colapsadas.

"No que diz respeito à ação de busca, temos uma equipa de seis operacionais e dois cães que estão formados precisamente para esta missão. E depois temos mais um conjunto de cerca de 20 operacionais que está capacitado para fazer a ação de resgate em situações de escombros", relembra o comandante.

A Síria e a Turquia sofreram esta segunda-feira dois violentos sismos, de 7.8 e 7.5 na escala de Richter. Até ao momento, o balanço provisório da tragédia, dá conta de mais de 7.000 mortos, 20 mil feridos e milhares de desaparecidos e edifícios arrasados. As equipas de busca e salvamento lutam contra o tempo para tentar salvar pessoas presas nos escombros.

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