02 fev, 2023 - 14:22 • Redação com Lusa
O Hospital Fernando Fonseca decidiu instaurar procedimentos disciplinares aos cirurgiões que participaram no ato sinalizado como "má opção cirúrgica" no relatório realizado pela Ordem dos Médicos.
Peritagem deu como provado um caso de má prática clínica, apesar de um cirurgião ter denunciado 22 casos de cirurgias desnecessárias, erros, mutilações e, até, casos de mortes.
Segundo o hospital, que serve a população dos concelhos da Amadora e Sintra, já foi concluído o inquérito de averiguações que instaurou imediatamente após ter recebido denúncias relativas ao funcionamento do Serviço de Cirurgia Geral.
Num comunicado enviado à agência Lusa, o HFF adianta que as conclusões do inquérito realizado pela instituição acolheram na íntegra as conclusões da perícia médica solicitada à Ordem dos Médicos (OM).
"Essa perícia concluiu que não foram encontrados indícios de má prática generalizada, ou violação das "leges artis" (boas práticas médicas, de acordo com o atual conhecimento científico) nos casos denunciados", salienta.
Entre as situações avaliadas, refere o hospital, identificou-se uma situação em que se pode considerar que terá sido tomada uma "má opção cirúrgica", "o que pode configurar má prática [citação retirada do relatório pericial da OM]", situação que o hospital lamenta publicamente e que diz que irá procurar esclarecer na totalidade, em colaboração com as autoridades competentes.
O ministro da Saúde “lamenta muito que num caso tenha acontecido algo que pode ser interpretado como uma má opção médica”. Mas à Renascença, Manuel Pizarro mostra-se satisfeito porque não se provaram as suspeitas de erros generalizados no serviço.
O ministro espera agora pelas conclusões da investigação que se segue.
Já a diretora clínica do hospital, por seu lado, realça que o relatório da Ordem dos Médicos afastou por completo as suspeitas que pendiam sobre o Serviço de Cirurgia-Geral Amadora Sintra, desde que foram denunciados 22 casos de alegadas más práticas clínicas.
As conclusões do inquérito do hospital foram já enviadas para todas as entidades competentes, nomadamente para a Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS), Entidade Reguladora da Saúde (ERS), Ministério Público (MP), Ministério da Saúde e Ordem dos Médicos.