Tempo
|
A+ / A-

PJ encontra jovem de 16 anos que estava desaparecida há oito meses

31 jan, 2023 - 15:25 • Redação, com Lusa

Foi detido um homem, de 48 anos, pela presumível autoria de um crime de rapto.

A+ / A-

A Polícia Judiciária encontrou uma menor que estava desaparecida desde finais de maio de 2022 na cidade de Leiria. Também “identificou e deteve" um homem de 48 anos.

A jovem, de 16 anos, foi localizada em Évora, na residência do agora detido e com qual a menor manteria uma “suposta relação amorosa”.

Segundo a nota enviada à redação, "foi possível identificar o suspeito e localizar a menor na sua residência, sita na cidade de Évora, onde, a coberto de uma suposta relação amorosa, este a manteve em completo isolamento social durante oito meses, aproveitando-se da sua persistente e recorrente dependência de jogo online, imaturidade e personalidade frágil".

"A menor foi para a escola normalmente e de repente desapareceu. O que levou de casa foi muito pouco. Não levou documentos de identificação, nem dinheiro. Levou o telemóvel, a consola de jogos e mais dois ou três pertencentes, nada de relevante, e pouca roupa", disse à Lusa fonte da PJ.

O detido, um empregado fabril de 48 anos, vai ser presente às autoridades judiciárias para conhecer as medidas de coação.

Na sequência do desaparecimento, em maio do ano passado, foi feita participação na Polícia de Segurança Pública de Leiria.

A menor e o arguido “estabeleceram contacto e desenvolveram uma relação através de ‘chats’ de jogos ‘online’”, quando aquela ainda tinha 14 anos, “evoluindo para uma relação amorosa até que surgiu a oportunidade de o suspeito a ir buscar a Leiria, levando-a com ele”, indica fonte da Judiciária, à agência Lusa.

Notando que a menor “tinha uma dependência muito intensa do jogo ‘online’”, a fonte da PJ esclareceu que o homem, sem referências criminais, separado, com filhos e socialmente integrado, “a acolheu numa casa em Évora”, de onde não saiu e onde passava a maior parte do tempo num quarto sem luz natural.

Na casa, também vivia a mãe, idosa, do arguido.

Para a PJ, a mãe do suspeito “não teria a noção de todos os contornos” da situação, explicando que, quando alguém ia a casa, a menor, que “terá consentido, ocultava-se no sótão” da habitação.

A fonte salientou que se tratou de uma “investigação extremamente complexa, que recorreu a meios especiais de obtenção de prova, muito meticulosa”.

Este responsável da PJ alertou para os riscos que decorrem destes divertimentos na Internet, “onde circulam todo o tipo de pessoas", aconselhando atenção aos progenitores e educadores.

Em conferência de imprensa, o diretor da Diretoria do Centro da PJ, Jorge Leitão, afirmou que a menor, apesar de não ter saído de casa, não haverá “nenhum sinal” de que tenha estado na residência obrigada.

“Não temos qualquer elemento que aponte que estivesse fechada em casa”, realçou.

Segundo Jorge Leitão, a vítima “estava tranquila, bem tratada, a fazer aquilo de que gostava, que era o vício do jogo ‘online’”.

Para o diretor da PJ do Centro, o que está em causa neste processo é “a questão do consentimento”.

“A questão que se coloca é essa: se o consentimento foi livre, sério e esclarecido. A investigação está em crer que não”, realçou, apontando para alguma imaturidade da vítima, o facto de ser uma pessoa “de certa forma solitária” e o vício por jogos.

“Tudo isto pode ter ajudado a que concordasse a manter esse relacionamento durante oito meses”, acrescentou Jorge Leitão.

A menor esteve inicialmente sinalizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo devido à situação escolar.

[notícia atualizada]

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+