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Fenprof garante que não abdica de linhas vermelhas estipuladas pelos professores

30 jan, 2023 - 13:51 • Lusa

Greve no distrito de Leiria ultrapassou os 95%. Na marcha desta segunda-feira participaram cinco mil pessoas.

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O secretário-geral da Fenprof garantiu existirem linhas vermelhas de que a federação sindical não irá abdicar na negociação com o Governo na quinta-feira, estando agendado um encontro entre sindicatos para definirem uma posição.

Mário Nogueira acompanhou nesta segunda-feira a manifestação distrital marcada pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) para Leiria, onde enumerou várias "linhas vermelhas", que considera serem inultrapassáveis para os professores.

"Posso enumerar três: Haver vinculação de professores em que os mais graduados, com 15 e 20 anos de serviço, ficam de fora e outros colegas, com quatro ou cinco anos, possam vincular. Estes devem vincular, mas os outros também. Professores efetivos dos quadros das escolas que passem a ser professores de QZP [Quadro de Zona Pedagógica], podendo os diretores decidir a sua colocação em outras escolas. Continuar a não querer contar o tempo de serviço dos professores", destacou.

Mário Nogueira apontou ainda reivindicações que estão "num vermelho tão escuro que ninguém poderá pôr o pé", como "continuar a impedir a progressão com vagas e a aplicar quotas na avaliação, mobilidade por doença, técnicos especializados".

Na quinta-feira haverá nova ronda negocial entre os sindicatos e o Ministério da Educação. O secretário-geral da Fenprof congratula-se por o encontro ser com "uma mesa negocial única" com os principais sindicatos presentes.

"Pensamos que isso dá mais força às organizações. Poderemos ir falar a uma só voz. Se for só uma mesa, e não quatro como até aqui, ganham os professores. Fizemos muita questão que assim fosse e finalmente a partir de agora, dia 02, assim vai ser", afirmou.

Nesta ronda negocial, Mário Nogueira espera que o "Governo deixe de não querer ouvir esta pressão dos professores".

"Se o Governo souber ouvir estou completamente certo que terá de alterar algumas posições e de perceber que os professores do continente não são diferentes dos professores da Madeira e dos Açores, que estão, e bem, a contar o seu tempo e não têm vagas nem quotas", reforçou.

Revelou que, depois de ter na sua posse o projeto do Ministério da Educação, irá promover com as outras organizações sindicais "um dia D para por os colegas a discutirem o documento" e perceber "o que é inultrapassável" e como vão continuar a luta.

"A Fenprof honrará o que vier dessas discussões. Quando os professores dizem que há linhas vermelhas, em negociação, não podemos dizer que são amarelas. São mesmo vermelhas", afirmou.

Em Leiria, greve ultrapassa os 95%

Segundo Mário Nogueira, a manifestação em Leiria reuniu cerca de cinco mil pessoas.

A greve que está decorrer por distritos teve uma adesão de "mais de 95%" e "varreu praticamente todo o distrito de Leiria".

"Não é uma surpresa. Os professores não aceitam continuar a ser maltratados, desvalorizados, desrespeitados e desconsiderados", frisou.

Sobre os serviços mínimos decretados pelo Colégio Arbitral, Mário Nogueira apelou para que os docentes avisem, caso sejam impedidos de fazer greve. "Até ao dia 8, a greve por distrito, que termina no Porto, não tem serviços mínimos decretados e se algum professor que quiser fazer greve ao abrigo deste pré-aviso não puder ou não o permitirem isso constitui uma grave violação da lei e iremos agir em conformidade", avisou.

Não obstante, o secretário-geral da Fenprof considera que "estes serviços mínimos são um abuso, uma vergonha e um atentado à liberdade de exercício do direito à greve".

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  • à mesa do governo
    30 jan, 2023 ex-sindico 14:24
    Há 1 ou 2 dias, este individuo criticou indiretamente o Sindicato STOP por estar a fazer o que ele devia ter feito nos últimos 15 anos: lutar! Mas lutar pelos professores, não pelo PCP. Este, a Fenprof e a FNE - uma correia de transmissão do PS cujo representante no colégio arbitral votou ao lado do governo e contra os professores - são espécimes que lutam por PCP e PS, nunca pelos professores. Apesar de múltiplas queixas dos professores, onde estiveram eles (Fenprof e FNE) no tempo da geringonça? E no resto, que tipo de luta fizeram? greves de 1 dia, abaixo-assinados, vigílias, manifs ao fim de semana, enfim aquilo que faz com que os professores estejam a perder há 15 anos. Vem agora este tipo falar em "linhas Vermelhas" quando come à mesa dos governos ...

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