Tempo
|
A+ / A-

Custo dos seguros pode aumentar por causa dos fenómenos climáticos extremos

17 jan, 2023 - 06:53 • Hugo Monteiro

Associação Portuguesa de Seguradores admite que os prémios a pagar por quem faz um seguro numa zona de risco podem vir a ser mais elevados a médio prazo.

A+ / A-
Foto: Homem de Gouveia/Lusa
Foto: Homem de Gouveia/Lusa
Foto: Filipe d
Foto: Filipe d'Avillez/RR

A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) reconhece que, a médio ou longo prazo, os preços dos seguros em zonas de risco podem vir a aumentar.

Perante a recorrência de fenómenos meteorológicos extremos e consequentes prejuízos, a APS admite que os prémios a pagar por quem faz um seguro, poderá no futuro, ser mais elevado.

Esta é uma situação que está a preocupar as companhias de seguros porque “o preço dos seguros está diretamente ligado ao risco deste tipo de eventos”, diz à Renascença o presidente da APS, José Galamba de Oliveira.

"Os últimos anos foram difíceis. Primeiro, por causa dos incêndios; depois, com as tempestades e agora com as inundações”, aponta.

"A preocupação das seguradoras tem mais a ver com o médio e o longo prazo”, diz Galamba de Oliveira. "Não se pode dizer que há uma tendência de aumento do risco e de preço de um ano para o outro, mas, no médio e longo prazo, a verdade é que pode haver situações em que bens e património, que é hoje segurável, se está numa zona de risco, em que este tipo de situações começa a ocorrer de forma muito recorrente, a tendência será a de que os prémios possam ter de refletir isso."

Nesta quadro, a APS tem vindo a defender “a constituição de um sistema de proteção de risco catastrófico, à semelhança do que acontece noutros países, para tentar mitigar este problema”.

Este modelo assenta, essencialmente, numa resposta do setor segurador, mas com limites de responsabilidade definidos, na ordem dos oito mil milhões de euros. O Estado, por sua vez, assume a função de garante do sistema, sendo responsável por cobrir os prejuízos acima desse valor total.

“É um sistema em que todos contribuem para determinada cobertura, como coberturas de fenómenos extremos e risco sísmico, para que quando estas situações acontecem, mais rapidamente se possa dar resposta aos diversos casos”, explica José Galamba de Oliveira.

O presidente da APS recorda que, tanto no caso dos seguros de habitações, como no dos veículos automóveis, a tendência dos proprietários é o de optar por seguros de cobertura mínima e obrigatória, que não se aplicam a este tipo de fenómenos naturais, pelo que será necessário lembrar que “existem estes riscos, que podem acontecer mais vezes ao longo dos próximos anos".

"Por mais uns euros anuais, podem ter uma cobertura que resolve estes problemas”, remata Galamba de Oliveira.

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • César Gomes
    17 jan, 2023 Braga 15:23
    Por acaso queixaram-se quando meteram milhões ao bolso nos muitos meses de Covid e que quase não existiram acidentes???????

Destaques V+