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Terras de Trás-os-Montes quer corredor ferroviário internacional do Norte

11 jan, 2023 - 16:20 • Lusa

Defende que o futuro corredor, com continuidade de Bragança para Espanha por Terras de Miranda, permitiria viajar entre o Porto e Madrid em 2h45 horas.

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A Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes vai reivindicar junto do Governo que o novo corredor ferroviário internacional do Norte passe pelo território com ligação a Espanha.

O Plano Ferroviário Nacional proposto pelo Governo encontra-se em discussão pública até ao final de fevereiro e a CIM transmontana vai apresentar a alternativa que reivindica, sustentando-a como "a melhor do ponto de vista de impactos ambientais e tecnicamente".

A CIM Terras de Trás-os-Montes contesta a proposta do Governo que contempla uma nova ligação ferroviária entre o Porto e Bragança e reivindica que esta assuma o perfil de alta velocidade com ligação a Espanha e que passe a ser o corredor ferroviário internacional do Norte que o plano prevê para Aveiro, Viseu, Salamanca (Espanha).

"O que nós achamos é que é absolutamente essencial fazer-se esta ligação, que Bragança não seja o fim de linha , mas que sendo nós o território em Portugal mais próximo do centro da Europa , então que essa centralidade seja concretizada com uma ligação Bragança/Zamora e daí a toda a Europa", argumentou o presidente da CIM, Jorge Fidalgo.

A comunidade intermunicipal apresentou publicamente esta posição numa conferência de imprensa conjunta com a Associação Vale d"Douro, autora de um estudo sobre um novo corredor ferroviário para o Norte de Portugal, entre Porto, Amarante, Vila Real, Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança.

Tanto a CIM como a Associação defendem que este deve ser o futuro corredor internacional do Norte, com continuidade de Bragança para Espanha por Terras de Miranda, que permitiria viajar entre o Porto e Madrid em 2h45 horas.

A reivindicação é sustentada com menos impactos ambientais que outras soluções a Norte, nomeadamente a ligação de Bragança a Puebla de Sanábria, onde existe uma estação da alta velocidade espanhola, mas que necessitaria de atravessar áreas protegidas como o Parque Natural de Montesinho, em Portugal, e o da Culebra, em Espanha.

A solução proposta, segundo os autores, é também menos dispendiosa do lado espanhol, onde seriam necessários 40 quilómetros de ferrovia, enquanto o corredor escolhido pelo Governo implica investimento em 200 quilómetros.

O custo estimado pela Associação Vale d"Douro para esta alternativa de corredor ferroviário internacional do Norte é de 4,4 mil milhões de euros, valor idêntico à solução por Aveiro até Salamanca, que consta na proposta do Governo, segundo o presidente da Associação, Luís Almeida.

"A ferrovia é uma necessidade absoluta para todo o país, mas sobretudo para o nosso território. Nós não temos na CIM um metro de ferrovia, a autoestrada foi a última a chegar e nem sequer estão feitas as conexões rodoviárias das sedes para a sede de distrito, isto significa que nós não podemos ficar arredados e à margem deste futuro que é a ferrovia", insistiu o presidente da CIM.

Jorge Fidalgo avançou que a comunidade intermunicipal vai apresentar esta proposta no período de consulta pública do plano, que está a decorrer, e espera que o Conselho Regional do Norte, que vai reunir no dia 20 em Mogadouro, "possa também tomar uma posição na defesa desta ligação".


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