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reportagem

Greve CP. Até às 16h00 foram suprimidas 570 ligações

04 jan, 2023 - 11:13 • João Cunha

Da meia-noite às 16h00 já foram suprimidas 570 ligações ferroviárias. Só circularam 229 comboios, que correspondiam aos serviços mínimos.

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Gare do Oriente às primeiras horas da manhã e já muitos habituais utentes da Co estavam sentados nos bancos da estação ou nas salas de espera climatizadas, à espera de comboio. Nós placares, a palavra suprimido, a dar conta da não realização de várias ligações, era a mais lida.

Num dos bancos, António Reis puxa para cima a gola do casaco, para se proteger do frio. “Está a ser uma manhã complicada, é lógico", diz quem espera há mais de meia hora. "Tinha comboio às oito horas para a Azambuja e já foi suprimido. De maneira que, agora, não sei a que horas há outro."

Uma família de cidadãos espanhóis - casal e duas filhas - chegou do aeroporto e pretende ir de comboio para o Porto. Percorrem a estação, a consultar os horários nos écrans, antes de subir para as plataformas. E não percebem por que razão não há a ligação prevista.

Depois de perceberem o motivo, dirigem-se à bilheteira, onde são informados que o Alfa para o Porto só se realiza daí a duas horas e meia. Suspiram, pegam nas malas e voltam para a sala de espera, não sem antes uma das jovens adolescentes lamentar que o Centro Comercial, do outro lado da estação, não esteja já aberto. "Sempre dava para distrair."

Distraídas estão quatro colegas de trabalho, que todos os dias se deslocam juntas para o emprego.

Maria Guilhermina confessa que "está a ser a ser uma manhã muito má. Não conseguimos entrar no comboio que ia para Alverca, porque estava muito cheio e as pessoas empurravam-se umas as outras para entrar. E agora não temos outros. Vamos para Santa Iria e não há comboios. Esta suprimido o de Azambuja e de Castanheira do Ribatejo e agora temos de ficar à espera" E apanharem as quatro um taxi não é solução."É um bocadinho carros, daqui até lá. Mais valia ter ficado em casa".

Paula Fonseca lamenta os efeitos da greve. "Estávamos no desemprego. Começamos a trabalhar há coisa de um mês e deparamo-nos com estas greves todas". Sem saber a que horas há um comboio para Castanheira do Ribatejo, para chegar ao emprego, já está a pensar no regresso.

"Ao fim do dia é outra ginástica. Fazemo-nos à vida outra vez".

Comentários
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  • maria rosario
    04 jan, 2023 LISBON 17:04
    Uma vergonha não há respeito

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