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2023 “não tem de ser o ano do 'Habituem-se à crise'”, diz Catarina Martins

30 dez, 2022 - 14:06 • Sandra Afonso

Para o Bloco, o Coverno podia ter feito muito mais pelas famílias, empresas e economia face à “perda de rendimentos de quem vive do seu trabalho”.

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2023 “não tem de ser o ano do 'Habituem-se à crise',” é o que defende Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, que na sua mensagem de Ano Novo defende que o próximo ano seja de luta, "juntando forças".

Nesta mensagem, publicada esta sexta-feira nas redes sociais, Catarina Martins defende que Portugal “é um país solidário, um país de gente que não se resigna”. Sublinha ainda que, pese embora a incerteza sobre o que vai ser o próximo ano, “sabemos que na democracia nunca há inevitabilidades, mesmo quando há maiorias absolutas. Nas democracias constrói-se todos os dias a resposta”.

A coordenadora do Bloco de Esquerda começa por assinalar aquele que considera ter sido o grande desafio de 2022: “a crise da inflação”, mas sublinha de imediato que será mais correto chamar-lhe “perda de rendimentos de quem vive do seu trabalho”, porque “nunca os salários e as pensões tinham perdido tanto neste milénio”, defende.

Catarina Martins assinala ainda que, enquanto “o cabaz alimentar aumentou 20%”, existiram “tantos setores que viram os seus lucros crescer, que distribuíram dividendos”.

Para o Bloco, o governo podia ter feito muito mais pelas famílias, empresas e economia. “O Governo diz-nos que não pode fazer mais do que está a fazer, que o que causa a inflação é a guerra, nada pode fazer. Não é verdade”.

Catarina Martins lembra que “a inflação não começou com a guerra”, os combustíveis e a habitação já estavam a subir antes e “não há nenhuma política pública para garantir o direito à habitação”, nem “houve nenhum controlo dos bens essenciais, os preços puderam disparar à vontade”.

A coordenadora do BE questiona ainda porque não foram fixados agora os preços dos bens essenciais, à semelhança do que foi feito durante a pandemia. Para o partido, os lucros das petrolíferas e da grande distribuição são a prova de que “era possível controlar preços e era possível outra resposta a esta crise”.

No entanto, 2022 não ficou apenas marcado pela crise, é também “um ano de força solidária e de luta”. Catarina Martins dá como exemplo os movimentos de solidariedade com a Ucrânia e o acolhimento de refugiados, as manifestações de mulheres ou as lutas dos trabalhadores e as reivindicações por habitação.

A bloquista destaca ainda a ação dos estudantes, que “levantaram-se” perante os efeitos das alterações climáticas, as secas e as inundações, tudo porque, também aqui, “a desilusão com a ação do Governo português como dos governos a nível internacional é imensa”.

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