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Professores concentrados junto a escola de Ourém onde Marcelo tem aula marcada

12 dez, 2022 - 11:09 • Lusa

Em greve convocada pelo STOP, cerca de 40 professores pedem "tratamento profissional justo, dignificação da profissão e garantias de qualidade do ensino".

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Cerca de 40 professores estão concentrados junto à Escola Básica e Secundária de Ourém, onde o Presidente da República dá nesta segunda-feira uma aula debate, ao segundo dia de uma greve por tempo indeterminado.

No local, onde pelas 10:30 estavam cerca de quatro dezenas de docentes, tarjas exibiam frases como "Dignificar a profissão docente" e "Professores a lutar também estão a ensinar".

Os docentes traziam ao peito um laço de cor preta com a inscrição "Estou em protesto".

À Lusa, o professor João Filipe Oliveira explicou que o que move os docentes é o desejo de "tratamento profissional justo, dignificação da profissão e garantias de qualidade do ensino".

"Há muitos assuntos que têm sido sistematicamente recusados pela tutela e que são de uma emergência, como a recuperação do tempo de serviço, a avaliação sem quotas ou a entrada dos professores contratados", declarou.

Outra professora lamentou o "desrespeito pela escola pública com tudo o que isso acarreta, como professores desmotivados".

Com 63 anos e 43 de profissão, esta docente considera existir um "desinvestimento constante na educação dos jovens, aos quais a escola cada vez menos atrai".

A aula debate de Marcelo Rebelo de Sousa estava prevista iniciar às 11:00.

O Sindicato de Todos os Professores (S.TO.P.) convocou uma greve por tempo indeterminado, desde 09 de dezembro, em protesto contra as propostas de alteração aos concursos e para exigir respostas a problemas antigos.

Em comunicado, o sindicato, que representa cerca de 1.300 docentes, refere que a "forma de luta inédita" resulta de uma sondagem realizada no blogue ArLindo, em que 1.720 pessoas apoiaram a realização de uma greve por tempo indeterminado.

Entre as principais reivindicações, o S.TO.P. aponta "questões fundamentais do passado não resolvidas", defendendo, desde logo, a contabilização de todo o tempo de serviço, o fim das vagas de acesso aos 5.º e 7.º escalões e a possibilidade de aposentação sem penalização após 36 anos de serviço.

Critica também as alterações recentes ao regime de mobilidade por doença, as ultrapassagens na progressão da carreira docente e reivindica soluções para os professores em monodocência e uma avaliação sem quotas.

A greve é igualmente uma resposta às propostas do Ministério da Educação para a revisão do regime de recrutamento e mobilidade do pessoal docente, que está a ser negociada entre a tutela e os sindicatos do setor.

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