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Professores em greve. Esperam-se contrangimentos nas escolas de norte a sul do país

09 dez, 2022 - 06:50 • Redação com Lusa

A paralisação por tempo indeterminado acontece numa altura em que a tutela está em negociações com os sindicatos.

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A partir desta sexta-feira está em vigor uma greve nacional, por tempo indeterminado, convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (STOP). É um protesto contra as propostas de alteração aos concursos e para exigir respostas a problemas antigos.

Há direções escolares que estão a avisar os pais para eventuais constrangimentos ao normal funcionamento dos estabelecimentos ou mesmo o seu encerramento.

O sindicato, que representa cerca de 1.300 docentes, reconhece que esta é forma de luta inédita".

"Por muita adesão que esta greve tenha, nunca vai tirar tantas aulas a milhares de alunos como tem acontecido com as políticas deste Ministério da Educação", disse à agência Lusa o coordenador nacional do STOP, André Pestana.

Entre as principais reivindicações estão a contabilização de todo o tempo de serviço, o fim das vagas de acesso aos 5.º e 7.º escalões e a possibilidade de aposentação sem penalização após 36 anos de serviço.

Criticam também as alterações recentes ao regime de mobilidade por doença, as ultrapassagens na progressão da carreira docente e reivindicam soluções para os professores em monodocência e uma avaliação sem quotas.

A greve é igualmente uma resposta às propostas do Ministério da Educação para a revisão do regime de recrutamento e mobilidade do pessoal docente, que está atualmente a ser negociada entre a tutela e os sindicatos do setor.

Outra das propostas, que mereceu críticas de várias estruturas sindicais, é a criação de conselhos locais de diretores, que decidiriam sobre a alocação às escolas dos docentes integrados em cada mapa interconcelhio.

Desde o início do ano letivo, os professores já estiveram em greve por duas vezes: no dia 2 de novembro, numa paralisação convocada por sete organizações sindicais, e no dia 18 de novembro, no âmbito da greve nacional da função pública.


Comentários
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  • Jorge
    10 dez, 2022 Lisboa 22:34
    O que é triste é que os sindicatos metam medo aos associados de que, se deixarem de serem sócios, os benefícios e regalias com créditos habitação, vão desaparecer. Mário Nogueira e seus apaniguados são uma cambada de vendidos por pizzas. Quanto ao Maria Lurdes Rodrigues de calças - vómito absoluto.
  • Cidadao
    09 dez, 2022 Lisboa 14:50
    Face ao sucesso do primeiro dia de greve, e sobretudo, face à capacidade de mobilização demonstrada, hoje o ministro deixou de poder ignorar o sindicato STOP em quaisquer negociações que envolvam a Educação, sejam os Professores, seja o pessoal não-docente que o STOP também representa. Em futuras negociações já não será só a dita plataforma sindical (Fenprof e companhia, lideradas pelo eterno Mário Nogueira) - de dirigentes perfeitamente conhecidos e de táticas sindicais que seguem o mesmo guião há anos, e que portanto o governo já antecipa - a ter uma palavra a dizer.
  • Sindicato a sério
    09 dez, 2022 STOP ao ministro da educação 10:30
    Finalmente um sindicato de professores que luta, em vez de andar a fazer "fretes" às centrais sindicais, como os sindicatos do sistema. Eu teria preferido uma greve às avaliações e aos exames - principalmente até porque os Tribunais reconheceram que não há serviços mínimos na Educação e o "truque sujo" do ministério, de requisição civil encapotada, já não vai funcionar - mas isso deve estar em equação, até porque ao contrário dos sindicatos do regime, no STOP são os associados que decidem se há ou não greve e em que moldes - os "outros", é uma estrutura de dirigentes mais ou menos "eternos" que por muitas derrotas que colecionem, continuam lá.
  • A quad regimental
    09 dez, 2022 Adeus Fenprof 10:09
    Os sindicatos do regime bem tentaram desmobilizar esta greve - alguns dirigentes deles, à rasca com a possível fuga de associados e de controle sobre a classe docente, chegaram a dizer que o STOP é um sindicato "ilegal" e portanto a greve também é "ilegal" - mas o ressentimento da classe docente é tal que a greve, embora pese nos bolsos - nem tanto porque há fundos de greve preparados - está a ser um sucesso. O Mário Nogueira e a sua quadrilha, devem estar cá com uma cara ...
  • profissional
    09 dez, 2022 embrulhem 09:46
    Já era altura de um sindicato afastado dos sindicatos do sistema e desse derrotado nato do Mário Nogueira, liderar o processo. O que o ministro da educação está a preparar é o último prego no caixão, num ataque PS que começou com a sinistra Lurdes Rodrigues. E a resposta da frente sindical do sistema (Fenprof, Spliu e outros) é abaixo-assinados, manifs ao Sábado, uma amostra de greve de 1 dia por regiões, mas tudo isto "lá para Março", quando a legislação estiver pronta e em vigor. Realmente ... É uma perda de tempo e dinheiro para aqueles que pagam quotas para estes sindicatos só para alimentar o PCP, PS e Mário Nogueira. O STOP pode perder, não há garantias de sucesso numa luta sindical. Mas pelo menos está a lutar. Os sindicatos do sistema fingem que lutam, ou por outra, lutam pelos partidos que lhes deram origem. Pelos Professores, não.
  • Parciais
    09 dez, 2022 Mas ficaram de cara à banda 09:30
    Ena, acordaram para a Vida: é que por aqui não se viam notícias sobre a greve - provavelmente por não ter sido convocada pelos sindicatos do sistema, Fenprof e companhia - em lado nenhum a não ser no site do sindicato. Receberam ordens para não publicar, ou estavam à espera dum fracasso, para depois arrumarem com o STOP?

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