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Mais de 110 mil doentes alimentados por sonda sem ajuda do Estado

25 nov, 2022 - 10:30 • Redação

Portugal é um dos poucos países da UE que não comparticipa a alimentação entérica. Ministério da Saúde está a avaliar.

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Cerca de 114 mil pessoas em Portugal estão em risco de sobrevivência, devido aos elevados valores da alimentação por sonda. O alerta é feito pela Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parenética.

O artigo do Jornal de Notícias explica que este tipo de alimentação, com custos superiores a 300 euros mensais, não é comparticipado pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O Ministério da Saúde admite vir apoiar este tipo de alimentação.

Em declarações ao jornal, Ana Sampaio, presidente da Associação Portuguesa de Doença Inflamatória do Intestino (APDI) e dirigente do grupo de trabalho de acesso à nutrição entérica, que congrega 19 associações, alerta que a falta de comparticipação causa "um impacto muito grande na vida das pessoas".

Segundo aquela associação há 114 mil pessoas em risco nutricional devido à falta de apoios por parte do SNS.

Segundo conta a responsável, os doentes que não têm dinheiro suficiente para comprar a nutrição que necessitam, colocam em "causa a própria saúde”. Uma vez que, em alguns casos, lembra, “esta pode ser a única fonte de alimentação e de sobrevivência".

É o caso de Américo Silva, de 61 anos, diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica em 2013, que há três anos precisa de recorrer à nutrição entérica para se alimentar. Ao JN, a mulher, Cristina Silva, garante que, por mês, são necessários cerca de 400 euros apenas para a alimentação.

O Bloco de esquerda (BE) apresentou no parlamento um projeto de resolução a propor que a nutrição entérica seja comparticipada a 100% pelo SNS. O partido calcula que a despesa com a comparticipação seria de cerca de 0,1% do orçamento do SNS e os resultados "superariam em muito os custos".

Na União Europeia, Portugal é um dos poucos países que não comparticipam a nutrição entérica em ambulatório. Só o assegura em meio hospitalar.

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