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Centros de Saúde sem capacidade de resposta a doentes reencaminhados das urgências

23 nov, 2022 - 19:00 • Pedro Mesquita com Redação

Diogo Urjais explica que, para atender todos esses pacientes, será necessário reduzir a atividade já programada. O presidente da Associação dos Administradores Hospitalares percebe a preocupação.

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O vice-presidente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar, Diogo Urjais, diz que já não há capacidade para dar resposta à procura atual.

Questionado esta manhã no Parlamento, o secretário de Estado da Saúde apontou para as unidades de saúde familiar como soluções a longo prazo, para os tempos de espera nas urgências dos hospitais. No Plano Estratégico para o Inverno 2022/2023, há a medida "Via Verde", para retirar os doentes com pulseiras verdes e azuis das urgências hospitalares e desviá-los para os Centros de Saúde.

No entanto, à Renascença, Diogo Urjais explica que, para atender todos esses pacientes, será necessário reduzir a atividade já programada.

"De igual modo que os cuidados hospitalares estão sobrecarregados, os cuidados de saúde primários também estão sobrecarregados. Não podemos querer fazer tudo da mesma forma com os recursos que temos", refere.

Os Centros de Saúde estão apreensivos, e o presidente da Associação dos Administradores Hospitalares percebe a preocupação. Xavier Barreto considera que a anunciada "Via Verde ACES" será uma boa solução, mas só se os cuidados primários forem dotados dos meios necessários para dar uma resposta eficaz.

"É uma medida que nos parece importante para dinamizar essa nova procura, mas sabemos que em muitos casos isto não tem funcionado como se precisaria. Esperamos que, durante o inverno, este tipo de respostas possa ser criado", afirma à Renascença.

Também o bastonário da Ordem dos Médicos tem muitas dúvidas. Desde logo, porque faltam médicos de família nos Centros de Saúde.

Miguel Guimarães aponta, à Renascença, que "os médicos de família vão ter de largar as suas consultas habituais para estarem fazer atendimento das pulseiras azuis e verdes ou vão contratar-se médicos ao setor privado durante alguns meses".

"Do pouco que sei, vamos continuar a ter os hospitais sobrecarregados, entretanto, as coisas vão passando e as coisas resolvem-se. Vão deixar passar", conclui.

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