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Casos reais de tráfico ilegal de migrantes "são muito superiores que os números oficiais", avisa Eugénia Quaresma

23 nov, 2022 - 23:37 • João Malheiro

Eugénia Quaresma pede que a polícia "tenha meios para investigar" e que haja condenações efetivas, a partir deste caso. A diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações espera que os migrantes que estão identificados como vítimas "sejam protegidos como vítimas".

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Eugénia Quaresma, diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações, sobre redes de tráfico ilegais de migrantes

A diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações avisa que o número real de redes de tráfico ilegal de migrantes "é muito superior" aos números oficiais.

No dia em que a Policia Judiciária deteve 35 pessoas suspeitas dos crimes de tráfico de seres humanos, associação criminosa e branqueamento de capitais, Eugénia Quaresma realça, à Renascença, que as autoridades "têm muita dificuldade em identificarem" estas redes criminosas.

"É bom conseguir identificar. É sempre muito importante identificar e que as redes sejam desmanteladas. Tem os efeitos necessários para demonstrar que o tráfico de seres humanos não compensa. É talvez uma gota no Oceano, mas é muito importante", refere.

Eugénia Quaresma pede que a polícia "tenha meios para investigar" e que haja condenações efetivas, a partir deste caso.

Sobre os trabalhadores migrantes implicados no caso, a diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações espera que "uma vez que estão identificados como vítimas, que sejam protegidos como vítimas".

"Estas pessoas têm de conseguir refazer a sua vida, seja em Portugal, seja fora. Longe de um processo de exploração e em que as suas famílias também estejam protegidas. É preciso que haja esta proteção em Portugal e no país de origem", realça.

Eugénia Quaresma acredita que entre Estado e instituições da sociedade civil, há uma "tendência de aperfeiçoamento e de um diálogo crescente" para combater e prevenir a criação destas redes de tráfico humano.

"Acho que estamos a crescer não só na consciência do problema, mas também nas respostas que damos ao problema", conclui.

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