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Plano Ferroviário prevê 3.ª travessia do Tejo até 2050

17 nov, 2022 - 18:24 • Lusa

Nova ponte vai ligar Chelas ao Barreiro, permitindo a "redução em, pelo menos, 30 minutos o acesso de Lisboa ao Alentejo e Algarve".

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O Plano Ferroviário Nacional (PFN), hoje apresentado, prevê uma terceira travessia sobre o Tejo, entre Chelas, em Lisboa, e Barreiro, Setúbal, que deverá estar concluída até 2050, anunciou hoje o coordenador do grupo de trabalho.

O plano está a ser apresentado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa, entidade que vai ficar responsável pela avaliação ambiental estratégica do mesmo, contando com a cooperação do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (IGOT).

Segundo o coordenador do grupo de trabalho responsável pela elaboração do primeiro PFN, Frederico Francisco, "a nova travessia do Tejo em Lisboa (Chelas - Barreiro)", que já foi estudada no passado, vai permitir a "redução em, pelo menos, 30 minutos o acesso de Lisboa ao Alentejo e Algarve".

O PFN tem como principais objetivos "passar de 4,6% para 20% de quota modal no transporte de passageiros", "passar de 13% para 40% de quota modal no transporte de mercadorias", "assegurar ligação com elevada qualidade de serviço aos 28 centros urbanos de relevância regional, que incluem todas as capitais de distrito, potenciando o seu desenvolvimento".

Ainda que não estabeleça prazos, o PNF tem um horizonte indicativo de conclusão até 2050.

O PFN prevê ainda um novo acesso a Lisboa a partir de Torres Vedras, passando em Loures, que permitirá reduzir em cerca de 30 minutos o acesso da zona Oeste a Lisboa.

Segundo o coordenador do grupo de trabalho, este novo acesso a Lisboa "responde a uma dificuldade existente na Linha do Oeste", onde os tempos de viagem para a capital "são demasiado grandes", porque a linha "não permite velocidades elevadas" e porque está "altamente congestionada" na entrada da cidade.

O novo acesso da Linha do Oeste a Lisboa permite ainda "dar resposta a uma lacuna que existe na zona de Loures", que permitiria colocar sta localidade a cerca de 10 ou 15 minutos do centro da capital, mas o acesso "terá de ser estudado", explicou Frederico Francisco.

"Se se vier a fazer, a inserção em Lisboa terá de ser estudada. [...] Colocamos sobre a mesa ligá-la à Ponte 25 de Abril. [...] Criaríamos um novo eixo, atravessando Lisboa, intercetando todas as linhas de metro, [...] mas também facilitando novos eixos de movimento dentro da área metropolitana", explicou o responsável.

Em estudo está também a ligação de alta velocidade Lisboa - Algarve, com duas alternativas, que passam pela modernização da linha existente para reduzir a viagem em cerca de 30 minutos, ou um novo eixo que inclua Évora, Beja e Faro, com tempo de viagem Lisboa - Faro inferior a duas horas.

Adicionalmente, está a ser estudado um acesso Norte a Lisboa, possível por ambas as margens e com flexibilidade para se adaptar à decisão sobre a localização do novo aeroporto.

Relativamente à discussão da bitola (distância entre carris), que em Portugal é ibérica (1.668 milímetros), mas que alguns defendem a mudança para bitola internacional (1.435 milímetros), Frederico Francisco considerou que se trata de "um problema complexo, que faz sentido abordar num estudo autónomo que Portugal terá de fazer".

A proposta de PFN hoje apresentada será agora colocada em discussão pública, regressando depois ao Conselho de Ministros, de onde sairá para discussão na Assembleia da República e só depois aprovado.

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