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MP acusa prostituta e advogado por difamação de juiz de Tribunal de Família e Menores

18 out, 2022 - 22:00 • Marina Pimentel

Joaquim Manuel Silva era acusado de frequentar a casa de prostituição de Ana Loureiro Marques, enquanto visionava vídeos de atos processuais onde crianças e jovens relatavam situações de abuso. A Renascença sabe que o caso foi arquivado. A acusação é agora dirigida aos dois arguidos.

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Depois de ter arquivado o processo contra o juiz, o Ministério Público (MP) decidiu deduzir acusação contra a prostituta Ana Loureiro Marques e o advogado Vitor Gameiro Fernandes.

A agora arguida acusou em julho de 2020 Joaquim Manuel Silva de "frequentar a sua casa de prostituição, onde enquanto ela e outra colega lhe praticavam sexo oral, o juiz do Tribunal de Família e Menores de Mafra visionava vídeos de atos processuais onde crianças e jovens relatavam abusos sexuais”.

Na sequência dessas declarações públicas, o MP abriu um inquérito contra o juiz, arquivado no final de maio.

Um mês depois, também o Conselho Superior da Magistratura arquivou o processo disciplinar que tinha movido contra o magistrado judicial.

Num volte-face do processo, o Ministério Público vem agora acusar a denunciante do juiz do Tribunal de Família e Menores de Mafra de ser autora material e na forma consumada de três crimes: um de denúncia caluniosa, um crime de falsidade de testemunho agravado e um crime de difamação agravada.

No despacho de acusação, a que tivemos acesso, a procuradora titular do inquérito, acusa Ana Loureiro Marques de ter “inventado uma história para ultrajar e vilipendiar a dignidade do juiz, sabendo dos danos irreparáveis que iria causar na sua vida pessoal e profissional”.

Além de Ana Loureiro Marques, que no despacho de acusação é tratada como "empresária de casas de acompanhantes que prestam serviços sexuais”, é também acusado o advogado, Gameiro Fernandes, de um crime de difamação agravada por “de forma livre e deliberada” ter acusado, na rede social Facebook o juiz Joaquim Manuel Silva “de ser viciado em cocaína, de frequentar casas de sexo em grupo com outras colegas e de receber dinheiro dos pais para serem beneficiados nas suas decisões”.

Juiz nega ver vídeos de crianças abusadas na presença de prostitutas (entrevista na íntegra).
Juiz nega ver vídeos de crianças abusadas na presença de prostitutas (entrevista na íntegra).
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