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Novo aeroporto de Lisboa

Mineiro Aires confirma "shortlist" para futura comissão técnica independente

03 out, 2022 - 11:41 • Pedro Mesquita com redação

O presidente do Conselho Superior de Obras Públicas e ex-bastonário dos Engenheiros vai supervisionar comissão que irá analisar as possíveis localizações do novo aeroporto de Lisboa. À Renascença, diz que "estamos a perder competitividade, dinheiro e posicionamento no mundo por não termos uma infraestrutura em condições" e diz que opção de Santarém "surgiu tardiamente".

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Entrevista Mineiro Aires presidente Conselho Superior das Obras Públicas do jornalista Pedro Mesquita
Clique na imagem para ouvir a entrevista na íntegra

Enquanto presidente do Conselho Superior de Obras Públicas, Carlos Mineiro Aires vai presidir à comissão de acompanhamento que vai fiscalizar a futura Comissão Técnica Independente que o Governo criou para escolher a localização do futuro aeroporto da capital.

Em entrevista exclusiva à Renascença, esta segunda-feira, o ex-bastonário da Ordem dos Engenheiros confirma que, em conjunto com os presidentes do Conselho de Reitores e do Conselho Nacional do Ambiente, já deu início à escolha do nome a propor para futuro coordenador da Comissão Técnica Independente.

Carlos Mineiro Aires comenta também a opção de um aeroporto em Santarém e sublinha a urgência de se apresentar uma solução aeroportuária. Sem ela, "estamos a perder competitividade, dinheiro e posicionamento no mundo por não termos uma infraestrutura em condições".

Confirma que vai presidir à comissão de acompanhamento do novo aeroporto de Lisboa?

A única coisa que eu posso dizer em relação a isto é que, a ser assim, fará todo o sentido que seja o presidente do Conselho Superior de Obras Públicas, que no caso sou eu. A confirmar-se que o Governo indicou o presidente do Conselho Superior de Obras Públicas para esse assunto, seria impensável que, a fazê-lo, não tivesse assegurado um contacto anteriormente.

Uma das decisões essenciais a tomar será nomear o coordenador da comissão técnica independente. Já tem algum nome pensado?

Vamos ver. Isso é a chave do problema e a solução para muita coisa.

Essa comissão técnica independente terá de ter efetivamente um líder, que terá de ser uma pessoa altamente capacitada, uma pessoa com conhecimentos transversais, experiente, com dinâmica, com tempo.

Isto é realmente muito difícil e espero que cheguemos a acordo, os três intervenientes [Mineiro Aires, em conjunto com o presidente do Conselho de Reitores Universitários e o presidente do Conselho Nacional do Ambiente]. Temos uma "shortlist", andamos a pensar. Neste caso como em muitos outros, o segredo é a alma do negócio.

[Desta lista que está a ser criada será escolhido um nome a propor ao primeiro-ministro.]

Será alguém profundamente ligado ao setor aeroportuário?

Não forçosamente. Os decisores e as pessoas que normalmente abraçam projetos destes não têm de ser especialistas em determinada área, esta área é transversal, tem muitas áreas, desde as questões aeroportuárias, áreas do território, ambiente, área financeira... Tantas áreas que o que interessa é que seja uma pessoa suficientemente flexível e capaz de se rodear dos melhores, obviamente, e dar resposta a estes desafios todos.

Não é fácil encontrar pessoas com este perfil. Estão identificadas algumas, mas vamos ver.

Ficou surpreendido ao ver Santarém integrar a lista de possíveis localizações para o novo aeroporto?

Não surpreendido.

Vi Santarém surgir um pouco tardiamente. Aparece antes de haver essa decisão. Surgiu há pouco tempo, foi feito em segredo e possivelmente, neste caso o segredo também é a alma do negócio.

Com certeza que todas as soluções que tiverem pernas para andar e que forem aceitadas serão certamente equacionadas. Santarém é igual a todas as outras [hipóteses] e todas elas serão comparadas nos exatos termos de avaliação.

Mas Santarém apareceu depois de o grupo Barraqueiro ter manifestado interesse em construir lá um aeroporto privado.

Também há contornos legais associados a essa questão.

Santarém, a existir e se for uma boa solução, será tão bem-vinda como qualquer uma das outras.

Todas elas vão ser apreciadas com distanciamento e com a devida isenção, para que não haja qualquer dúvida e, sobretudo, para que finalmente haja uma decisão. O fundamental disto é que saia uma decisão, uma decisão consensual pelo menos entre os maiores partidos.

É esse o espírito e espero que o mais rapidamente possível consigamos pôr cá fora uma proposta para o Governo em relação à urgente necessidade que temos de uma solução aeroportuária porque estamos a perder competitividade, dinheiro e posicionamento no mundo por não termos uma infraestrutura em condições.

[artigo atualizado às 13h45 com informação da proposta de um único nome para liderar a comissão técnica independente]

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