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Mais de 60 enfermeiros do Centro Hospitalar Médio Tejo pedem escusa de responsabilidade

06 set, 2022 - 20:09 • Lusa

Segundo revelou a Ordem dos Enfermeiros, mais de 6.500 enfermeiros haviam pedido escusa de responsabilidade até ao dia 18 de agosto, a nível nacional, principalmente por falta de profissionais para garantir a segurança dos cuidados prestados.

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Um total de 61 enfermeiros do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), todos do Serviço de Urgência do Hospital de Abrantes, pediu escusa de responsabilidade alegando falta de profissionais para garantir a segurança dos cuidados prestados, confirmou o CHMT esta terça-feira.

"O Conselho de Administração (CA) do CHMT confirma a receção de 61 declarações de escusa de responsabilidade apresentadas por enfermeiros do Serviço de Urgência da Unidade de Abrantes", lê-se numa resposta enviada à agência Lusa.

No pedido de escusa de um dos enfermeiros, ao qual a Lusa teve acesso, pode ler-se que "a necessidade de assegurar, nos últimos meses, o funcionamento do Serviço de Urgência, afetando para este efeito os enfermeiros que se encontram na prestação diária de cuidados de saúde, tem implicado uma sobrecarga horária, que ultrapassa, em larga medida, os limites de trabalho suplementar recomendados, colocando em causa o direito ao descanso".

Nesse sentido, nota, o CHMT "tem evidenciado a insuficiência de enfermeiros na equipa, face ao elevado número de doentes internados, o que tem sobrecarregado os mesmos na prática do exercício profissional, pondo em causa o atendimento a doentes emergentes/muito urgentes e urgentes".

Esses motivos levaram ao pedido de escusa de responsabilidade dos 61 profissionais do Serviço de Urgência de Abrantes, situação confirmada à Lusa pelo CHMT, centro hospitalar composto pelas unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, todas no distrito de Santarém.

Na resposta à Lusa, o presidente do CHMT, Casimiro Ramos, afirma estar "ciente do esforço que todos os enfermeiros das instituições do CHMT têm empreendido nos últimos dois anos e meio, na resposta assistencial aos utentes do Médio Tejo", tendo assegurado que "respondeu individualmente a cada uma das declarações apresentadas, reconhecendo a dedicação dos profissionais no combate a esta situação excecional de saúde pública".

O CA do CHMT assegurou aos profissionais em causa que "tem tomado todas as medidas ao seu alcance, nomeadamente a contratação de recursos humanos, para reforço da resposta assistencial decorrente do aumento de afluência de doentes às instituições hospitalares" do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O gestor hospitalar deixou ainda "uma palavra de serenidade" aos utentes, tendo assegurado o "regular funcionamento do Serviço de Urgência de todas as unidades - Abrantes, Tomar e Torres Novas - bem como a habitual capacidade de resposta que sempre garantiu à população", tendo feito notar que "os Serviços de Urgência Básica Médico-Cirúrgica e Pediátrica nunca estiveram encerrados à população em nenhum momento da história do CHMT".

Segundo revelou a Ordem dos Enfermeiros (OE), mais de 6.500 enfermeiros haviam pedido escusa de responsabilidade até ao dia 18 de agosto, a nível nacional, principalmente por falta de profissionais para garantir a segurança dos cuidados prestados.

Os números revelados pela Ordem dos Enfermeiros mostram que as declarações de escusa de responsabilidade quintuplicaram desde novembro de 2021, altura em que tinham sido entregues 1.300 declarações.

"Em causa está a degradação dos serviços, sobretudo devido à falta de enfermeiros, o que leva ao incumprimento das dotações seguras, pondo em causa a qualidade e segurança dos cuidados prestados", referiu a Ordem.

Comentários
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  • Luiz
    06 set, 2022 SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS 20:11
    Até podem pedir para ficar em casa e a alguém que lhes leve o pequeno almoço e o lanchinho da tarde!

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