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Habitação

Inquilinos acreditam que custo de rendas "impraticáveis" em Lisboa sejam superiores a 5%

18 ago, 2022 - 19:00 • Isabel Pacheco com Redação

Para ultrapassar esta dificuldade, o representante dos inquilinos pede uma intervenção do Governo. Mediadores receiam nova crise.

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As rendas das casas em Lisboa aumentaram quase 5% no último trimestre quando comparado com o ano passado. É o maior aumento trimestral em cinco anos indica o Índice de Rendas Residenciais da Confidencial Imobiliário.

Em reação à Renascença, o presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses, Romão Lavadinho, diz que os valores são "impraticáveis" e que os custos reais podem ser ainda mais elevados do que os indicados pelo Índice.

"Até me parece inferior à realidade. Hoje, as rendas são de um caráter especulativo. Uma renda em Lisboa, segundos os últimos dados, é na ordem dos 13 euros por metro quadrado. Mas, o valor de venda real, é 20 euros ou mais por metro quadrado. Ou seja, uma casa vale mais do que dizem as estatísticas", explica.

Para ultrapassar esta dificuldade, o representante dos inquilinos pede uma intervenção do Governo para "fazer aplicar a Lei de Bases da Habitação, que é poder haver mais casas públicas no mercado de arrendamento e, assim, concorrer com os proprietários privados".

Mediadores receiam nova crise

Já o presidente da Associação dos Mediadores do Imobiliário de Portugal, Francisco Bacelar, diz, à Renascença, que o Estado "tem terrenos que podia muito bem entregar para construção cooperativa, ou construção privada sob determinadas condições".

"O que assistimos nos últimos anos é que só se constrói a preços topo de gama. Isto encarece bastante as casas. Precisamos de habitação com o mínimo indispensável para o conforto das pessoas, mas que não seja topo de gama e o preço mais alto do mercado", defende.

Francisco Bacelar receia mesmo uma nova crise do mercado da Habitação: "Algum dia isto terá de se refletir de uma forma drástica e faça um abrandamento mais forte como vimos em 2008", alerta.

Também Paulo Caiado, da Associação dos profissionais e empresas de mediação imobiliário de Portugal, acredita que há "valores muito elevados nos principais centros urbanos".

"Os nossos jovens que querem arrendar uma casa não podem fazer face aos valores dos centros urbanos e procuram soluções alternativas. E as soluções exigem distância", refere.

"Um dos grandes desafios dos nossos governantes é melhorar as redes de transportes para os centros urbanos, porque as pessoas, forçosamente, precisam de se afastar para arranjar soluçóes habitacionais", conclui.

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