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Incêndios

Apoio de 500 mil euros a agricultores. CAP diz que “já chega de promessas”

13 ago, 2022 - 16:36 • Filipa Ribeiro

Confederação questiona “quando é que entra em funcionamento” o valor destinado a quem ficou afetado pelos incêndios e diz que 500 mil euros é "insuficiente".

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A Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) criticou este sábado o apoio de 500 mil euros do Governo a agricultores afetados pelos incêndios, referindo que o valor é “insuficiente” e questionando “quando é que entra em funcionamento”.

“Esses 500 mil euros é para chegarem aos agricultores quando? Os agricultores precisam desse dinheiro para poderem comprar alimentos imediatamente. Por isso, se for uma ajuda imediata, é uma boa notícia. Se for uma medida anunciada como todas as outras anunciadas nos últimos quatro ou cinco meses, seja para a seca, para a guerra ou para os incêndios, é apenas mais uma promessa”, afirma Eduardo Oliveira e Sousa à Renascença.

O secretário-geral da CAP refere que o Ministério da Agricultura tem estado a “falhar sucessivamente” e que “já chega de promessas”.

O anúncio deste apoio de 500 mil euros foi feito este sábado pela ministra Maria do Céu Antunes, durante uma visita a Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança, onde destacou a aposta em regadios coletivos para garantir a sustentabilidade da atividade agrícola.

Durante a semana, as declarações da governante sobre a CAP, na qual associou a falta de apoio para mitigar o impacto da seca com a falta de apoio da confederação ao Partido Socialista, foram recebidas com críticas. A ministra do Ambiente e da Alimentação aguarda a ida ao Parlamento para esclarecer as suas declarações.

“Sobre esta matéria não tenho mais nada a acrescentar. Aguardo a minha ida ao Parlamento para esclarecer aquilo que disse e aquilo que outros disseram. Mas, verdadeiramente, para poder elucidar os senhores deputados e os portugueses do trabalho do Governo, e do Ministério da Agricultura em particular, para fazer face ao momento difícil que vivemos", disse Maria do Céu Antunes.

Na quarta-feira, instada pelos jornalistas a responder a críticas dirigidas à tutela pelo secretário-geral da CAP, que disse ser “inexistente” a resposta do Governo para mitigar o impacto da seca no setor da produção e alimentação animal, a ministra devolveu a pergunta.

“É melhor perguntar porque é que durante a campanha eleitoral a própria CAP aconselhou os eleitores a não votar no Partido Socialista”, retorquiu.

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  • José J C Cruz Pinto
    13 ago, 2022 ILHAVO 17:07
    Enquanto esta "figura" continuar a aparecer como apoiante de culturas intensivas, lesivas do ambiente, solos, e recursos hídricos, algumas com trabalho semi-escravo, talvez seja aconselhável não dar muito crédito ao que vocifera de vez em quando. Seja como for, só ouço empresários (deste e de todos os outros ramos) reclamar "mais Estado" - ou será que não? Até podem ter razão, mas então não queiram convencer-nos que querem o contrário.

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