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Novos Canadair só chegam em 2024. "Até lá temos de viver com o que temos", avisa Costa

12 ago, 2022 - 12:24 • Redação

"Este tipo de encomendas leva anos", explica o primeiro-ministro.

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O primeiro-ministro, António Costa, adiantou esta sexta-feira que os dois novos avisões Canadair encomendados para Portugal, no âmbito de uma operação conjunta da União Europeia, só deverão estar disponíveis em 2024, pelo que até lá Portugal e restantes países continuam dependentes dos modelos mais antigos já em uso.

"Este tipo de encomendas leva anos. A encomenda da União Europeia foi feita e creio que em 2024 começam a ser disponibilizados. Agora, até 2024 temos de viver com aquilo que temos e aquilo que temos são os Canadairs que foram produzidos no passado e que, naturalmente, já sendo antigos, estão sujeitos a novas avarias."

Em resposta aos jornalistas sobre o facto de três destes aviões terem estado avariados 17 dias desde o início de julho, inoperacionais na altura de maior risco de incêndios no país, Costa explicou que "a Bombardier deixou há vários anos de produzir novos Canadairs, não há novos aparelhos, os Canadairs que vão circulando [entre os Estados-membros] são já utilizados e estão sujeitos a avarias".

O primeiro-ministro ressalta que o sistema tem conseguido dar resposta a todos os incêndios em território nacional desde julho, quando "tivemos uma semana muitíssimo difícil, com temperaturas recorde", mas salienta que o fogo que continua a lavrar no Parque Natural da Serra da Estrela merece ser estudado em pormenor, para perceber os pontos a melhorar na resposta a este tipo de emergências.

"Temos tido, como sabemos, um ano de seca absolutamente anormal, temperaturas mais elevadas, e temos obviamente uma situação de realidade da floresta que é estrutural e que é conhecida. Agora faz hoje uma semana que se iniciou este incêndio. Quando ele terminar, poderemos estudar - e merece ser estudado em pormenor - o que é que foi acontecendo ao longo da fita do tempo, o que poderia ter acontecido de uma forma diferente ou não, para evitar esta escala", enfatizou.

Condições mais duras, menos meios

Sobre porque é que Portugal não pediu apoio externo para combater este fogo, iniciado na Covilhã e que se alastrou entretanto a concelhos do distrito da Guarda, o chefe do Governo lembra que "o Mecanismo Europeu de Proteção Civil não tem ainda meios próprios" e que, neste momento, dadas as condições meteorológicas extremas que estão a fazer-se sentir por toda a Europa, há menos disponibilidade de meios.

"Nós temos acionado sempre os mecanismos europeus, sempre que eles estão disponíveis. Agora os mecanismos europeus têm estado pouco disponíveis, por uma razão essencial: é que, ao contrário do que acontecia habitualmente, em que os incêndios existiam sobretudo no sul da Europa, em particular em países como Portugal, Espanha ou Grécia, infelizmente temos tido uma realidade em que isso se tem vindo a alargar."

Para esta sexta-feira, destacou Costa, estará disponível uma aeronave de combate aos incêndios cedida por Espanha, numa altura em que mais de 1.600 operacionais continuam mobilizados no combate às chamas na região centro.

"Todos os países estão hoje com menor disponibilidade de partilha de meios, tanto quanto creio hoje há uma aeronave espanhola que foi disponibilizada. As restantes aeronaves que Espanha tinha disponíveis estão empenhadas, neste momento, através do mecanismo europeu num incêndio em França."

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  • Rui Manuel
    05 mar, 2023 Algueirão-Mem Martins. Concelho Sintra 22:44
    Que vergonha!!! dois!!!???? Depois têm de andar todos os anos a pedirem emprestados aos outros países. Viver com os que temos???!!! Portugal não tem nenhum!!! Tenham vergonha na cara, depois de milhões de euros gastos todos os anos em negócios ruinosos com meios aéreos, hoje nem um avião de jeito temos para apagar fogos. Até Marrocos que é quase só areia nos empresta Canadairs. Escandaloso!!!

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