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"Lançaram tudo o que tinham à mão". Identificados 154 adeptos do Hadjuk Split em Guimarães

10 ago, 2022 - 06:14 • Lusa

São suspeitos de terem arremessado cadeiras e tochas no centro histórico da cidade. Cidadãos criticam falta de policiamento.

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A Polícia de Segurança Pública identificou 154 adeptos do clube de futebol croata Hadjuk Split por alegadamente terem arremessado cadeiras e tochas no centro histórico de Guimarães, distrito de Braga, na noite de terça-feira.

Em comunicado, o Comando Distrital de Braga da PSP confirma ter recebido queixas sobre "aproximadamente 100 indivíduos" a "causar distúrbios", incluindo "arremesso de mobiliário de esplanadas e deflagração de artefactos pirotécnicos" por volta das 22:30 de terça-feira.

A PSP diz que os adeptos abandonaram depois Guimarães em cinco autocarros com destino ao Porto.

"Após estarem reunidas todas as condições de segurança", a PSP abordou os autocarros e identificou 122 cidadãos croatas, 23 portugueses e nove adeptos de outras nacionalidades, tendo ainda apreendido "um pote de fumo, uma soqueira e um passa-montanhas".

A PSP sublinhou ainda que, "até ao momento, não foram reportados danos significativos nos estabelecimentos, feridos ou apresentadas denúncias criminais".

Em declarações à Renascença, ao início da madrugada desta quarta-feira, o porta-voz da PSP, o Intendente Nuno Carocha confirmou os desacatos.

Vídeos publicados nas redes sociais dão conta de tochas arremessadas para o espaço público e contra edifícios na rua Alfredo Guimarães, entre a praça da Oliveira e o Museu de Alberto Sampaio, ouvindo-se sons de vidros a partir. Em fotografias também publicadas veem-se esplanadas danificadas.

Na terça-feira, véspera do duelo entre Vitória de Guimarães e Hajduk, para a segunda mão da terceira pré-eliminatória da Liga Conferência Europa, uma das pessoas na Praça da Oliveira às 22h30, Paulo César Gonçalves, disse à Lusa que começou a ver "pessoas descansadas nas esplanadas" a correrem e depois um grupo de pessoas com "adereços e cachecóis na cara", de cores azuis, vermelhas e brancas, com "cadeiras na mão e tochas".

"Atiraram-nas e lançaram tudo o que tinham à mão, mas sem entrarem em confronto físico, como que a marcarem posição. Depois correram na direção do Museu de Alberto Sampaio [para sul] e passado pouco tempo voltaram. Correram pela rua da Rainha [para oeste]", descreveu.

O cidadão disse ainda que alguns dos proprietários de estabelecimentos naquela área ligaram à PSP, sem obterem qualquer resposta.

À Renascença, também Luísa Marques, moradora no centro histórico, descreve um cenário de caos, contraria a versão da PSP e critica o que diz ser a inação das autoridades: "Como é que cinco autocarros param na cidade e não há um único polícia?... nem dava para chamar, sequer. Inclusive, vi um pai a abandonar um carrinho e a fugir com um filho. É vergonhoso", desabafa.

Após a derrota da primeira mão, por 3-1, na Croácia, o Vitória de Guimarães recebe hoje o Hajduk Split, para a segunda mão da terceira pré-eliminatória da Liga Conferência Europa, agendado para as 17h00, no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.

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