29 jul, 2022 - 23:52 • Tomás Anjinho Chagas
Depois de Espanha e Brasil anunciarem as primeiras mortes causadas por Monkeypox, o especialista Jaime Nina considera que "provavelmente" isso também vai acontecer em Portugal e que se trata de uma "questão de tempo".
Em declarações à Renascença, o médico especialista em infecciologia e medicina tropical, lembra que a taxa de mortalidade desta estirpe do Monkeypox (a que circula em Portugal) é de 1,5 a 2%, "isto significa que a cada cem casos, vai haver uma morte", diz Jaime Nina.
Segundo o médico, que trabalha no Hospital Egas Moniz, isso ainda não aconteceu porque a Europa tem "uma capacidade de lidar com casos graves completamente diferente da África profunda e por isso é que a mortalidade tem sido mais baixa. Mas é uma questão de tempo", garante.
Quando é que pode ser registada essa primeira morte em Portugal? "É um acontecimento imprevisível, é como uma roleta russa", explica o especialista em medicina tropical, acrescentando que "podemos ter sorte e passar muito tempo, ou pode ser esta noite".
Varíola dos macacos
São os primeiros casos mortais fora do continente (...)
No entanto, Jaime Nina ressalva que "se continuarmos a ter um número crescente de mortes, é uma questão de tempo até termos uma, duas ou três mortes".
Jaime Nina considera que a reação da DGS à chegada da varíola dos macacos "foi um exemplo flagrante do politicamente correto". O médico especialista garante que está "a par do que se passa" e que acompanha doentes de perto, e culpa a Direção-Geral da Saúde por não ter tido coragem de "explicar às pessoas" como é que a doença se transmite.
"Isto quadra um mês e meio depois de os sites gay já terem avisos extremamente explícitos para as pessoas tomarem cuidados com a transmissão do Monkeypox", refere Jaime Nina.
O médico aponta para o caso inglês onde os postos de saúde "afixaram cartazes que diziam nos primeiros 152 casos de Monkeypox verificados no Reino Unido foram verificados em homens que tinham sexo com homens". Jaime Nina acredita que assim foi feito "um relato factual" e que dessa forma "não fizeram um juízo de valor sobre o assunto", e conseguiram informar as pessoas.
Segundo a DGS, do universo de casos reportados no (...)