29 jun, 2022 - 12:29 • Carla Caixinha
Durante a “Operação Hydra” foram detidas 38 pessoas, entre as quais há dois funcionários do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMT) e um PSP. São suspeitos de terem montado um esquema fraudulento que permitia a aprovação de veículos sem proceder à anotação de deficiências ou sem adotar procedimentos de inspeção obrigatórios, recebendo indevidamente vantagens patrimoniais e não patrimoniais.
O agente é “suspeito de atuar como angariador de clientes para o esquema fraudulento”, esclarece uma nota oficial enviada à Renascença.
Os restantes são dois administradores de entidades gestoras de centros de inspeção técnica de veículos e 33 exercem funções como inspetores nesses locais.
São presentes esta quarta-feira a primeiro interrogatório judicial para conhecerem as medidas de coação.
“Em causa estão crimes de corrupção passiva para ato ilícito e de corrupção ativa para ato ilícito, bem como de falsificação de documento agravada, relacionada com a atividade de inspeção técnica de veículos", segundo o comunicado da PSP.
Durante a operação de terça-feira, foram ainda apreendidos 4. 311.51 euros, 41 telemóveis e dados informáticos considerados relevantes.
No total, foram realizadas 50 buscas domiciliárias e não domiciliárias, nos concelhos de Braga, Vila Verde, Vila Nova de Famalicão, Guimarães, Vizela, Fafe, Amarante, Lousada, Gondomar, Porto, Matosinhos, Valongo, Loures, Lisboa, Agualva-Cacém, Azambuja, Vila Franca de Xira, Seixal, Palmela, Setúbal, Silves, Lagoa e Portimão.
Os alvos da PSP e do Ministério Público foram um escritório de advogados, o Instituto de Mobilidade e dos Transportes (IMT) e sete centros de inspeção técnica de veículos (CITVs).
As buscas e detenções resultaram de uma investigação desenvolvida em três inquéritos distintos, iniciados em 2017, 2019 e 2020, entretanto apensados.