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Jovens ativistas acampam no Parque das Nações contra "inação climática"

28 jun, 2022 - 21:22 • Lusa

Uma das organzadoras do protesto salientou repetidamente que não é possível salvar os oceanos sem proibir os combustíveis fósseis e sem cortar emissões, e que é preciso cortar as emissões para metade em oito anos, mas que nada está a ser feito.

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Jovens do movimento ambientalista "Greve Climática Estudantil" iniciaram esta terça-feira uma vigília em Lisboa para protestar contra o que consideram "inação climática" dos líderes reunidos na Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que decorre na capital portuguesa.

Com cinco tendas montadas no Parque das Nações, o mais perto possível do local onde decorre a conferência da ONU, os jovens vão ficar no local toda a noite, num protesto também contra a presença de "líderes fósseis" na iniciativa da ONU, que Portugal organiza.

" É um protesto contra a presença de líderes fósseis mundiais e nacionais", que não têm verdadeiro interesse em cortar emissões (de gases com efeito de estufa), nem de limitar o aquecimento global, e simplesmente têm interesse em continuar a pôr o lucro e os interesses económicos acima da vida e das gerações mais novas", disse à Agência Lusa uma das organizadoras da iniciativa, Alice Gato.

A jovem, ativista do movimento "Greve Climática Estudantil", salientou que se realizam há décadas conferências mundiais pelo clima, "com as mesmas personalidades e a mesma falta de ambição", das quais não saem acordos vinculativos nem verdadeiros compromissos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

"Sabemos da existência de alterações climáticas desde os anos 1970 e as emissões apenas continuam a aumentar, porque não há planos radicais para mudar tudo, antes que tudo mude por nós", disse Alice Gato, que apontou como exemplo de "líder fóssil" o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, que, defendeu, deveria ser demitido.

O ministro, afirmou a jovem, foi escolhido para reerguer o país e quer faze-lo com subsídios às empresas de combustíveis fósseis, com exploração de gás, "que se está a vender como energia renovável quando na verdade é um combustível fóssil" e com o aumento do porto de Sines para receber mais gás natural liquefeito. .

"Entre outros projetos suicidas, que nos vão levar ao abismo climático e social. Mas nós não vamos deixar", afirmou a ativista.

Alice Gato salientou repetidamente que não é possível salvar os oceanos sem proibir os combustíveis fósseis e sem cortar emissões, e que é preciso cortar as emissões para metade em oito anos, mas que nada está a ser feito.

Na noite de hoje os jovens portugueses vão ter encontros com ativistas de outros movimentos e de outros países, e preparar as próximas ações, que incluem, disse Alice Gato, perturbações das aulas no início do próximo ano letivo. Um dos cartazes colocados no local da vigília tem a frase "Fim ao fóssil. Set. Out. Ocupa".

Os jovens ativistas avisam que os líderes mundiais, responsáveis pelo aumento de emissões e por isso pelo aquecimento global, não podem apenas pedir desculpa.

Apelando para que a sociedade se junte à iniciativa, Alice Gato, estudante da Universidade Nova de Lisboa, disse que no final da vigília os jovens terão uma ação denominada "contra os fósseis lutar, para não afogar!", e que o movimento estará presente também, na tarde de quarta-feira, numa outra manifestação, a Marcha Azul pelo Clima, que está marcada para o Parque das Nações. .

A segunda Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, juntando líderes de todo o mundo e sob o lema "Salvar os Oceanos, Proteger o Futuro" começou na segunda-feira e decorre até sexta-feira.

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