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Turismo em Portugal. Setor recupera a bom ritmo no pós-pandemia

06 jun, 2022 - 19:01 • Ana Carrilho , com Redação

Um inquérito da Associação de Hotelaria de Portugal revela que as perspetivas de recuperação do turismo nacional são positivas.

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O setor do turismo está a recuperar mais rapidamente em Portugal, do que na Europa ou no mundo. É o que revelam os dados que a Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) apurou junto dos associados, sobre a ocupação hoteleira, receitas, número de turistas e reservas para o verão, que continuam a crescer.

“A perspetiva é que vamos manter, para este verão, níveis de ocupação idênticos a 2019, com melhoria do preço médio, o que significa que em termos de receita total, essa perspetiva é positiva”, considerou esta segunda-feira, Bernardo Trindade, presidente da AHP.

São boas notícias para o turismo nacional, cuja retoma já tinha começado há algum tempo. Na Páscoa, por exemplo, a ocupação hoteleira média oscilou entre os 81% e os 90%, com a Madeira a atingir 100%, seguida das regiões de Lisboa, Algarve e Norte.

O preço médio por noite oscilou entre os 121 e os 140 euros, com Lisboa e a Madeira a atingirem os 160 euros. A estadia média subiu e o mercado interno foi o principal para, praticamente, todas as regiões, com exceção da Madeira, onde os alemães e os britânicos continuam a dominar.

A taxa de ocupação subiu em todas as regiões em relação ao ano passado e tendo em conta 2019, o melhor ano turístico, a Madeira e o Algarve, ultrapassaram esses resultados. O preço médio também está a subir no Alentejo, no Algarve e na Madeira, esse preço médio, já foi mais alto do que no período pré-pandemia.

Quanto às reservas para o verão, oscilam entre os 40% e os 59% de média nacional, de junho a setembro. Não é ainda um valor muito elevado, mas o presidente da AHP, frisa que a tendência mudou, havendo “cada vez mais reservas em cima da hora”, com as pessoas a preferirem “modalidades que prevejam o cancelamento gratuito”.

Para já, os níveis de reservas mais altos registam-se para os Açores e Madeira, destinos que exigem também marcação de passagens aéreas e maior antecedência.

De momento, as perspetivas mais fracas são as da região Centro, que depende muito do turismo doméstico e em que as reservas oscilam entre os 20% e os 39%.

Tudo somado, quase metade dos 432 associados que responderam ao inquérito da AHP agora conhecido, considera que será possível atingir os níveis de 2019, já no segundo semestre deste ano e 15%, no primeiro semestre de 2023.

Portugal na dianteira

Ainda assim, e tendo em conta um inquérito a um painel de peritos da Organização Mundial de Turismo sobre o tempo de recuperação do turismo depois da pandemia, a Europa e os Estados Unidos da América estão a recuperar mais rapidamente, mas Portugal bate todos os recordes.

“O que se percebe, o que é bom para Portugal neste processo, é que a recuperação turística em Portugal se está a fazer mais rapidamente do que na generalidade dos territórios, quer no contexto europeu, quer no contexto mundial”, destaca, Bernardo Trindade.

Para o líder da hotelaria nacional, a situação prende-se com a boa imagem e o trabalho feito no setor, mas também pela posição geoestratégica que Portugal ocupa, e que é muito importante neste período de instabilidade.

“Portugal tem um trajeto em torno desta atividade que é muito positivo e tem sido reconhecido por quem nos visita”, refere.

“Em segundo lugar, neste quadro de recuperação, Portugal até pela sua situação geoestratégica, está localizado num território que os nossos clientes reconhecem como um território seguro e passível de ser visitado, o que resulta desta combinação, num período de pós-pandemia em que as pessoas querem viajar”, atesta.

Para o presidente da AHP, no fim do ano “o resultado vai ser muito positivo”, mesmo tendo em conta fatores como a “inflação, escassez de mão-de-obra, custos energéticos e de matérias primas”.

Quantos aos mercados, além do nacional que continua em crescimento, o Reino Unido mantém a liderança em receitas e dormidas, principalmente para o Algarve e Madeira, mas também para as cidades de Lisboa e do Porto.

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