06 jun, 2022 - 13:41 • Celso Paiva Sol , Cristina Nascimento
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, considera que quando se verificam fenómenos de delinquência juvenil é porque “muitas outras respostas falharam”.
"Quando alguém chega ao ponto de ter comportamentos de delinquência, significa que muitas outras respostas falharam, enquanto sociedade. É por isso que temos de trabalhar estas dimensões de uma forma integrada, sustentada e procurando compreender e trabalhar a montante dos problemas", disse o governante.
José Luis Carneiro confirmou, assim, a criação de uma equipa para avaliar o aumento da delinquência juvenil.
"Confirmo que está a ser constituída uma equipa que terá pessoas da saúde pública para avaliar os termos em que o confinamento pode contribuir para justificar o crescimento dos indicadores ligados à delinquência juvenil. Queremos também ter pessoas ligadas à segurança social e proteção social dos mais carenciados, estarão depois outros serviços, nomeadamente a própria PSP, a GNR e outras áreas governativas para procurarmos detetar as causas", disse aos jornalistas, sem, no entanto, comprometer-se com prazos, nem adiantar mais pormenores.
Este grupo de trabalho vai ser criado depois do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2021 ter revelado que a criminal grupal aumentou 7,7% no ano passado e a delinquência juvenil 7,3% em relação a 2020.
Segundo o RASI, registaram-se 4.997 participações em 2021 de criminalidade grupal, mais 359 em relação ao ano anterior.
O relatório indica ainda que a criminalidade grupal está sobretudo associada a grupos de jovens, entre os 15 e os 25 anos de idade, com "vasto historial criminoso centrado essencialmente na prática de roubo, furto, ofensa à integridade física e ameaça, durante o período noturno".
Também a ministra da Justiça defendeu que é preciso "perceber e estudar" a delinquência juvenil, acrescentando que o seu Ministério e a Polícia Judiciária vão integrar a equipa multidisciplinar criada para tratar este fenómeno.