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Portugal tem de estar atento a "velhas ameaças" de doenças, alerta Graça Freitas

24 mai, 2022 - 21:10 • Lusa

Para Graça Freitas, a vacinação, além de ser um direito e um dever, constitui também "um ato de solidariedade, porque há pessoas que não se podem vacinar por alguma condição especial".

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A diretora-geral da Saúde (DGS) defendeu esta terça-feira a importância do plano nacional de vacinação, alertando que Portugal pode estar sujeito a "velhas ameaças" de doenças, como a poliomielite, que recentemente registou um surto em Moçambique.

"Temos todos de pugnar pela continuidade e sustentabilidade do processo de vacinação e estarmos sempre muito atentos à reemergência de velhas ameaças", referiu Graça Freitas, no encerramento da conferência "o contributo da vacinação para um envelhecimento saudável em Portugal", promovida pela biofarmacêutica GSK com o jornal Público.

"Soube há pouco tempo - e fiquei muito triste - que em Moçambique reemergiu a poliomielite", adiantou a diretora-geral da Saúde, para quem essa situação vem demonstrar que "há sempre a hipótese de importar casos e, a partir dessa introdução no país, virem a desenvolver-se focos de uma doença" que está erradicada na Europa.

Em 18 de maio, o escritório africano da Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou um surto de poliomielite em Moçambique, declarado pelas autoridades sanitárias locais depois de confirmada a doença numa criança, no interior do país.

Atribuído ao poliovirus selvagem, trata-se do primeiro caso em Moçambique desde 1992 e foi identificado numa criança da província de Tete, no Nordeste, que começou a sentir paralisia no final de março.

A poliomielite é uma doença infecciosa sem cura que afeta sobretudo as crianças com menos de cinco anos e que só pode ser prevenida com a vacina.

O último caso de poliomielite, com paralisia por vírus selvagem, registado em Portugal verificou-se em 1986, estando a doença oficialmente eliminada desde 2002, por certificação europeia concedida pela OMS.

Para Graça Freitas, a vacinação, além de ser um direito e um dever, constitui também "um ato de solidariedade, porque há pessoas que não se podem vacinar por alguma condição especial".

"Elas ficam protegidas se nos protegermos", sublinhou a diretora-geral da Saúde, ao salientar que o Programa Nacional de Vacinação, criado em 1965, é universal, gratuito e acessível a todas as pessoas residentes em Portugal.

Antes de ter sido nomeada para o cargo de diretora-geral da Saúde em 2017, Graça Freitas foi chefe da divisão de doenças transmissíveis da DGS, coordenando o Programa Nacional de Vacinação e presidindo à Comissão Técnica de Vacinação.

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