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Guerra na Ucrânia

Rússia expulsa cinco diplomatas portugueses

19 mai, 2022 - 10:45 • Marta Grosso

Moscovo deu 14 dias para os funcionários abandonarem o país. "Não tem qualquer justificação", reage o Governo português. Nos últimos dias, têm sido dezenas os diplomatas europeus expulsos da Rússia.

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A Rússia anunciou nesta quinta-feira a expulsão de cinco diplomatas portugueses do país. A notícia é confirmada à Renascença por fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

A embaixadora portuguesa foi chamada ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa nesta quinta-feira de manhã, “tendo sido informada da expulsão de cinco funcionários da embaixada, que terão de abandonar a Rússia no prazo de 14 dias”, indica a nota enviada à redação.

O Governo repudia a decisão de Moscovo, “que não tem qualquer justificação que não seja a simples retaliação”.

“Ao contrário dos funcionários russos expulsos de Portugal, estes funcionários nacionais levavam a cabo atividades estritamente diplomáticas, em absoluta conformidade com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”, acrescenta ainda o comunicado.

Mais de 80 diplomatas com ordem de expulsão

Portugal não é o primeiro país a ser alvo desta decisão. França, Espanha e Itália também viram diplomatas seus serem expulsos. São já mais de 80 os funcionários das embaixadas europeias atingidos por esta medida.

Moscovo justifica a medida como retaliação à expulsão de diplomatas russos de países europeus, numa ação conjunta de resposta à guerra da Rússia contra a Ucrânia.

Na quarta-feira, o Ministério russo das Relações Exteriores anunciou a expulsão de 34 "funcionários de missões diplomáticas francesas" na Rússia. Moscovo justificou a medida, declarando que a expulsão de 41 funcionários das missões diplomáticas russas era uma “decisão provocativa e infundada”.

Paris respondeu condenando “veementemente” a expulsão dos seus diplomatas e considerando que a decisão “não tem base legítima”.

Mais tarde, o mesmo ministério anunciou que 27 funcionários da embaixada espanhola em Moscovo e do Consulado Geral da Espanha em São Petersburgo “foram declarados ‘persona non grata’” e terão sete dias para deixar a Rússia.

Ao embaixador espanhol Marcos Gomez Martinez, as autoridades russas informaram que a expulsão de diplomatas russos de Madrid “teria um impacto negativo nas relações russo-espanholas”.

Espanha criticou a Rússia pela medida. “As autoridades russas justificam esta decisão com base na reciprocidade pela expulsão de 27 funcionários da embaixada russa em abril. Mas essa expulsão foi baseada em razões de segurança justificadas, que não estão presentes neste caso”, refere um comunicado do Ministério espanhol das Relações Exteriores.

Na quarta-feira, ainda sem qualquer declaração oficial, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, confirmou às agências de notícias russas que 24 diplomatas italianos também foram expulsos.

O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, classificou a medida como um "ato hostil", mas disse que os canais diplomáticos devem permanecer abertos.

“Este é claramente um ato hostil; é também uma reação às nossas expulsões”, afirmou numa conferência de imprensa, acrescentando: “O mais importante é que não deve de forma alguma levar a uma redução dos canais diplomáticos, porque é através desses canais que, se possível, a paz [na Ucrânia] será alcançada. E isso é certamente o que queremos.

Comentários
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  • Cidadao
    19 mai, 2022 Lisboa 13:27
    Deviam era expulsá-los a todos e acabava esta farsa de "relações Internacionais com a Rússia". Assim como assim, vale a pena ter relações diplomáticas com um País que não respeita tratados, convenções, Leis Internacionais, um membro permanente de uma organização dedicada à Paz, e que acaba a invadir um País vizinho? Com a Rússia de Putin, o único "relacionamento" é ter "Firmeza e Voz Grossa" de um lado, e um exército poderoso do outro.
  • Joaquim Correto
    19 mai, 2022 Paços 13:10
    Uma coisa eu vos garanto, se Portugal entrar em guerra, eu não vou morrer pela estupidez dos nossos governantes, a menos que o António Costa e o Marcelo peguem também em armas e vão para a frente de combate, como os outros!

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