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Médicos defendem reforço da vacina para profissionais de saúde e regresso dos testes

18 mai, 2022 - 10:40 • Anabela Góis com redação

“Está-se a navegar à vista", acusa Jorge Roque da Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

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Perante a subida de casos de Covid-19, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) defende o reforço da vacina para os profissionais de saúde e para todos os maiores de 60 anos, pedindo ainda o regresso dos testes gratuitos.

Ouvido pela Renascença, Jorge Roque da Cunha acusa o Governo de andar a navegar à vista: os centros de saúde souberam do início da vacinação dos idosos na véspera e diz que os novos casos estão subavaliados. “Com o alivar das restrições, e fundamentalmente com a decisão de deixar de comparticipar dois testes gratuitos nas farmácias fez com que esta situação se agravasse. Pois, os números que existem são menores do que aqueles que a infeção reflete”.

“Parece-nos que a comissão técnica que deveria acompanhar, decidir e aconselhar o Governo não existe e está-se a navegar à vista”, sublinha.

Jorge Roque da Cunha defende ser “necessário que as pessoas com mais de 80 anos sejam vacinadas - e essa decisão também foi tomada de um dia para o outro – é necessário que se vacine os profissionais de saúde, porque quando estamos a falar de mais de 150 mil pessoas por semana a serem infetadas…muitas delas são profissionais de saúde”.

Em Lisboa, Hospital de Santa Maria revela que tem estado a adaptar a estrutura em função das necessidades e que a afluência às urgências tem aumentado nos últimos dias. Na segunda-feira foram registadas 800 admissões no serviço de urgência.

O alerta surge numa altura em que se assiste a um crescimento dos novos casos ligados à variante da Ómicron - a linhagem BA.5 já é dominante em Portugal.

No último relatório do INSA foi projetada a tendência de crescimento a 15 dias da linhagem BA.5 em Portugal, e os dados obtidos desde então têm tido uma grande sobreposição com a projeção, consolidando que a linhagem BA.5 poderá atingir uma frequência relativa de 80% a 22 de maio.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) já admitiu que essa linhagem, que apresenta várias características genéticas consideradas de interesse pelos especialistas, caso de mutações com impacto na entrada do coronavírus nas células, pode ser mais transmissível do que a BA.2, mas ressalvou que ainda não existem dados que comprovem que provoca Covid-19 mais grave.

Os quase 34 mil casos confirmados segunda-feira apenas são ultrapassados pelo pico da vaga que aconteceu entre janeiro e fevereiro deste ano. Portugal tem três vezes mais casos por 100 mil habitantes que o segundo país europeu com maior incidência, a Alemanha.


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