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Morte de adepto. Marco "Orelhas" entrega-se, é constituído arguido e fica em liberdade

16 mai, 2022 - 11:44 • Redação

Número dois da claque "Superdragões", pai do suspeito de homicídio do adepto Igor Silva, durante os festejos do título do Porto, responde por suspeitas de ofensa corporal agravada.

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Marco "Orelhas" Gonçalves, pai do alegado homicida do adepto do FC Porto Igor Silva, entregou-se na Polícia Judiciária (PJ) do Porto, durante a manhã desta segunda-feira, segundo avança o "Correio da Manhã".

O "número 2" da claque SuperDragões foi constituído arguido por agressões à vítima e vai aguardar o desenrolar do processo em liberdade, adianta à agência Lusa fonte policial.

Podem vir a ser constituídos outros arguidos no processo, pelas agressões a Igor Silva, de 26 anos, cometidas antes do homicídio, indica a mesma fonte.

À saída da PJ, em declarações aos jornalistas, a advogada Poliana Rodrigues confirmou que o seu constituinte foi constituído arguido, estando “à disposição” do Ministério Público, caso este pretenda mais esclarecimentos.

Questionada sobre as razões que levaram o seu cliente a apresentar-se voluntariamente na PJ, a advogada afirmou que se deveu “ao alarido” da comunicação social.

“No fundo tem muito a ver com a comunicação social e com todo o alarido que tem sido feito à volta disto. É verdade que o senhor Marco nunca tinha sido notificado pelas entidades para comparecer e, portanto, resolveu fazê-lo de forma voluntária. Apresentar-se e, portanto, ver o que é que as autoridades pretendiam dele, e assim foi”, explicou Poliana Rodrigues.

O paradeiro do número dois da claque "Superdragões" era desconhecido desde há mais de uma semana, quando Igor Silva, de 26 anos, foi esfaqueado mortalmente durante os festejos do título do FC Porto. O filho, Renato, foi detido na semana passada, por suspeitas de crime de homicídio qualificado, tendo ficado em prisão preventiva.

De acordo com o "CM", Marco "Orelhas" temia represálias contra os seus familiares, depois de a sua casa ter sido baleada. O pai do alegado homicida de Igor Silva terá comunicado ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) que pretendia entregar-se, de modo a responder à Justiça por suspeitas de ofensas corporais agravadas.

Segundo a PJ escreveu em comunicado, a 10 de maio, "os factos ocorreram na madrugada do dia 8/05/2022, na cidade do Porto, em retaliação por uma sucessão de agressões que, desde janeiro deste ano, vinham ocorrendo entre o arguido, familiares deste e a vítima".

Renato é um empregado de limpeza, sem antecedentes criminais.

Segundo o "Jornal de Notícias", na origem do crime estão violentos desentendimentos entre Renato e Igor, que começaram numa discoteca da zona da Lapa, no Porto, em janeiro. Já na semana passada, no recinto do Queimódromo, os dois homens voltaram a cruzar-se e gerou-se nova discussão. Igor terá agredido Renato e maltratado a namorada deste.

Há, ainda, relatos de altercações entre os dois jovens junto ao Estádio da Luz, em Lisboa, onde o FC Porto confirmou a conquista do título de campeão nacional, e ao Estádio do Dragão, no Porto.

Segundo a PJ, o crime ocoreru quando um grupo de indivíduos, entre os quais o arguido, perseguiu a vítima. Depois de alcançar Igor Silva, os indivíduos tê-lo-ão agredido com murros e pontapés.

"Dada a intervenção de alguns populares, que foram igualmente agredidos, a vítima logrou afastar-se do local, vindo a ser surpreendida pelo arguido, o qual, munido de uma arma branca de dimensões significativas, a atingiu repetidamente e com extrema violência, provocando-lhe a morte", pode ler-se no comunicado da polícia.

A vítima, de 26 anos, ainda foi transportada para o Hospital de São João, onde acabou por morrer. Também uma mulher, sua namorada, de 28 anos, foi esfaqueada, no entanto, encontra-se fora de perigo.

[notícia atualizada às 15h06]

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  • Joaquim Correto
    16 mai, 2022 Paços 12:33
    Foi preciso ele entregar-se, porque pela PJ ele continuava solto!

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