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Gustavo Carona e a pandemia de Covid-19: "Ainda estamos em fase de alerta”

15 mai, 2022 - 11:40 • Maria João Costa

Médico intensivista do Hospital de Matosinhos defende reforço da vacina contra a Covid-19 para pessoas com morbilidades, sistema imunitário frágil e idosos.

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Foi uma das vozes que ganhou protagonismo durante a pandemia. O médico intensivista Gustavo Carona defende que se deve manter o alerta perante a subida de casos de infeção por Covid-19 em Portugal.

Em entrevista à Renascença, o clínico considera que este não é o tempo de baixar a guarda.

O médico do Hospital de Matosinhos, que é autor de vários livros, participou no Festival Literatura em Viagem, em Matosinhos, e, questionado pela Renascença sobre os números das últimas semanas, admitiu que “ainda estamos numa fase de alerta em que importa sensibilizar para a subida de casos”.

"A tradução em termos hospitalares ainda é diminuta”. No entanto, Carona identifica “dois grupos de pessoas de algum risco”. Entre eles, estão “pessoas com alguma idade e pessoas com morbilidades importantes, nomeadamente aqueles que têm o sistema imunitário deprimido”. A esses Carona aconselha “estar um bocadinho mais atentos” porque, diz, “estamos numa fase abrir o olho”.

Interrogado sobre um quarto reforço da vacina, Gustavo Carona defende que “sem dúvida para algumas classes que estão bem definidas”, nomeadamente as mais frágeis. Na sua opinião, “é expectável que possamos que ter de fazer reforços com alguma frequência”, como já acontece com a vacina da gripe.

À margem do Festival Literatura em Viagem, que termina este domingo em Matosinhos, Gustavo Carona sublinhou que é importante perceber que a pandemia ainda não acabou. O especialista em medicina intensiva, com larga experiência em missões internacionais, considera que “por um lado, aprendemos muito, por outro lado, há uma certa distância emocional que com o tempo nos faz ficar ligeiramente negligentes.”

Perante o aumento de casos, o clínico diz à Renascença que “é saudável retomar comportamentos ditos sociais”, mas teme “que possamos entrar num certo êxtase de que já acabou e podemos ter uma surpresa que todos esperamos que não venha a acontecer, mas se vier a acontecer pode ser impactante”.

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