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Refugiados ucranianos

Câmara de Setúbal e a Associação dos Emigrantes de Leste alvo de buscas

10 mai, 2022 - 10:52 • Marta Grosso , Celso Paiva Sol

PJ apreendeu “diversa documentação e foram efetuadas pesquisas informáticas sobre dados relacionados com os crimes em investigação”. Em causa, a polémica do acolhimento de ucranianos por russos pró-Putin.

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A Câmara de Setúbal e a Associação dos Emigrantes de Leste (Edinstvo) foram esta terça-feira alvo de buscas da Polícia Judiciária (PJ), no âmbito de uma investigação ao acolhimento de refugiados ucranianos.

Em causa está a alegada “prática de crimes de utilização de dados de forma incompatível com a finalidade da recolha, acesso indevido e desvio de dados, previstos na Lei de Proteção de Dados Pessoais”, revela a PJ, em comunicado.

Os inspetores apreenderam “diversa documentação e foram efetuadas pesquisas informáticas sobre dados relacionados com os crimes em investigação”.

O comunicado da Polícia Judiciária não refere qualquer detenção ou constituição de arguidos.

As buscas visaram as instalações da Edinstvo e da Linha Municipal de Apoio a Refugiados da Câmara Municipal de Setúbal.

A operação foi anunciada esta manhã pela Câmara de Setúbal, numa mensagem publicada nas redes sociais.

“A Câmara Municipal está a prestar todo o apoio necessário a estas diligências judiciais”, referiu a autarquia.

Em causa está o envolvimento de cidadãos russos, pró-Putin, no acolhimento de refugiados ucranianos. Segundo apurou a Renascença junto de fonte ligada à investigação, estão em curso várias buscas em serviços camarários e na Associação dos Emigrantes de Leste.

A polémica estalou no final da última semana, quando o jornal “Expresso” avançou que o cidadão russo Igor Khashin, membro da Associação dos Emigrantes de Leste (Edinstvo) e do Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos, e a mulher, Yulia Khashina, também da Edinstvo e funcionária do município, terão fotocopiado documentos e questionado os refugiados sobre o paradeiro de familiares na Ucrânia.

A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) também abriu um inquérito para perceber se houve ilegalidades no tratamento dos dados e a Inspeção Geral das Finanças, "entidade competente para a realização de inquéritos e sindicâncias", também vai analisar o caso.

As buscas desta manhã ocorrem no mesmo dia em que a Assembleia Municipal de Setúbal vai apreciar as moções de censura do PS e do PSD à liderança do município (CDU).

[notícia atualizada às 15h03]

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