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Hospital de Braga enfrenta surto provocado por bactérias multirresistentes

21 abr, 2022 - 19:25 • Redação com Lusa

O diretor clínico admitiu a existência de oito doentes infetados e cerca de 140 "colonizados". Em causa está um grupo de bactérias genericamente designadas por "CRE".

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Há um surto no Hospital de Braga provocado por bactérias multirresistentes a antibióticos. A unidade hospitalar está a investigar quatro mortes que podem estar relacionadas com esta situação e há ainda oito doentes infetados e cerca de 140 testaram positivo, mas até podem não vir a desenvolver qualquer tipo de infeção.

A unidade hospitalar diz já ter tomado todas as medidas para impedir o risco de transmissão e está a investigar os casos.

“Não podemos dizer que a causa direta de morte possa ter sido a bateria em si, mas que pode ter contribuído, com certeza que sim, mas ainda não há confirmação”, assumiu o diretor clínico Jorge Marques aos jornalistas.

Em causa está um grupo de bactérias genericamente designadas por "CRE" e que são resistentes a múltiplos antibióticos.

"Durante o primeiro trimestre deste ano, registámos um aumento de incidência de bactérias resistentes aos antibióticos. Um aumento de incidência de casos é um surto. Mas esta não é propriamente uma situação de alarme geral. Tomando medidas, isto controla-se", disse ainda Jorge Marques.

Nesse sentido, o Hospital de Braga está a implementar medidas de controlo, que passam por um "rastreio sistemático" a todos os doentes que são internados.

O objetivo é ter uma "noção mais detalhada" da prevalência das bactérias resistentes aos antibióticos para a eventual adoção de "medidas mais agressivas" para impedir o risco da transmissão.

"Este tipo de bactérias está muito associado a instituições hospitalares e residências para idosos, explicou o diretor clínico do Hospital de Braga.

Com um total de 700 camas, o hospital regista cerca de 140 doentes colonizados, ou seja, positivos.

"Estar colonizado não significa estar infetado. Cerca de 90 por cento dos colonizados não vão desenvolver qualquer tipo de infeção", ressalvou Jorge Marques.

Os doentes com maior risco de infeção são os que têm internamentos ou institucionalização prévios e os que são submetidos a cirurgia abdominal.

"Pode provocar pneumonias, infeções urinárias ou infeções generalizadas, a chama sépsis, que é a situação mais complicada", explicou ainda aquele médico.


[notícia atualizada às 7h40 de dia 22]

Comentários
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  • me
    22 abr, 2022 sada 10:02
    Crises destas existem desde 1980 ó ignorantes. E por culpa dos médicos

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