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guerra na Ucrânia

Primeira força nacional destacada para a Roménia parte a 15 de abril

08 abr, 2022 - 16:01 • Lusa

Preparada em “circunstâncias excecionais” e “reduzido tempo”, esta força nacional integra 221 militares, sendo 201 da companhia de atiradores e 20 da equipa de operações especiais.

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O chefe do Estado-Maior do Exército, José Nunes da Fonseca, realçou esta sexta-feira o “reduzido tempo” em que foi aprontada a primeira força nacional destacada para a Roménia, que deverá sair de Figo Maduro no próximo dia 15.

“A primeira força nacional destacada para a Roménia foi aprontada em circunstâncias excecionais”, disse Nunes da Fonseca, lembrando que “a projeção de uma companhia de atiradores mecanizada no âmbito da 'Tailored Forward Presence' estava planeada para o final de 2022”, mas o conflito na Ucrânia “implicou a antecipação da projeção desta subunidade”.

Apesar do tempo reduzido em que “se planearam todas as etapas e se realizaram as inerentes tarefas essenciais”, a força “foi capaz de cumprir um exigente, mas concentrado, plano de aprontamento”, acrescentou.

O general discursava no Regimento de Infantaria (RI) 14, em Viseu, onde decorreu a cerimónia de outorga do estandarte nacional a esta força, que integra 221 militares, sendo 201 da companhia de atiradores (reforçada com um módulo de defesa antiaérea, um módulo de conjunto de informações e um módulo de apoio) e 20 da equipa de operações especiais.

Depois de, nos anos mais recentes, terem sido aprontadas no RI 14 forças que intervieram em teatros de operações de Timor Leste, Afeganistão, Bósnia-Herzegovina e Kosovo, agora há a “forçosa necessidade de projeção de forças da NATO para o flanco Leste da Europa”, considerou.

José Nunes da Fonseca lembrou que, na Roménia, “o exército português tem vindo a participar, desde 2017, no esforço aliado de presença e dissuasão” e que “a criação de uma brigada multinacional, orientada para o treino e a integração de unidades oriundas de diversas nações aliadas, fortaleceu a determinação coletiva e induziu confiança numa região nevrálgica para a segurança e defesa do espaço euro-atlântico”.

“Em paralelo, a NATO viu reafirmada a sua coesão e acentuada a sua vocação solidária, características cuja imprescindibilidade é hoje mais notória face ao conflito que persiste e tem vindo a agravar-se há cerca de mês e meio”, frisou.

O chefe do Estado-Maior do Exército disse que “a projeção estratégica foi planeada, e já está a ser realizada, com apenas cerca de um mês entre a decisão de emprego e o início dos movimentos”.

Dirigindo-se aos militares que vão para a Roménia, o general referiu que o Exército “não regateou esforços” para lhes proporcionar “um rigoroso e mais abrangente possível aprontamento”.

Segundo José Nunes da Fonseca, o Exército “procurou sempre encontrar as melhores soluções para atingir todos os objetivos essenciais, com enfoque na projeção das tropas e dos materiais”, equipando-os com “os melhores meios de que o Exército dispõe”.

“Consideramos-vos prontos para cumprir mais uma missão ao serviço do superior interesse nacional. No caso, missão amplamente justificada e essencial para o fortalecimento da segurança e da solidariedade no flanco Leste do espaço da Aliança Atlântica”, sublinhou.

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  • Cidadao
    08 abr, 2022 Lisboa 15:44
    Não vou falar no tempo que demoraram a aprontar uma Força, que quer se queira quer não, por extrema exiguidade de efetivos será praticamente inútil em termos práticos, apenas contribuindo para mandar uma mensagem de que a NATO existe. E penso que no quadro estratégico atual, Portugal erra ao privilegiar forças terrestres para T.O. distantes - para isso lá estão num 1.º escalão, Alemanha e França, e num 2º escalão, Itália, Espanha e provavelmente Inglaterra, tudo países que podem enviar dezenas de milhares de soldados com meios de apoio com que apenas sonhamos e que perante os quais, as nossas possibilidades de projeção de Força são pouco menos que insignificantes. Portugal devia preocupar-se mais com a Defesa do Espaço Aéreo e da vigilância do Mar Português, mantendo operacionais, portos de águas profundas por onde podem chegar reforços dos EUA em Soldados e Material. Isso implicaria Sistemas integrados de Defesa anti-aérea, Sistemas antimissil, e obviamente, uma Marinha preparada senão para combate aberto, no mínimo para patrulha e controle das águas à nossa volta. Pensar em grandes deslocamentos de Tropas, é irrealismo. Outros Países fazem isso muito melhor que nós.

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