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Hospital de Évora vai às escolas com projeto de literacia em saúde mental

09 mar, 2022 - 18:28 • Rosário Silva

Além do programa, #Influenci@-TE, a equipa do hospital eborense leva a cabo todo um outro trabalho com a comunidade que integra, entre outras, atividades de intervenção clínica direta ou visitas domiciliárias.

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#Influenci@-TE é a designação do programa de melhoria da literacia em saúde mental que está a ser levado a cabo em algumas escolas do distrito de Évora.

O projeto, desenvolvido pela Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência (UPIA) do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), pretende transmitir “conhecimentos e conceitos básicos sobre saúde mental”, reduzindo o “estigma e a exclusão social”, explica o HESE, em comunicado.

Por outro lado, quer incentivar a “atitudes e valores que promovam a identificação de sintomas, no próprio e no outro, e a célere procura de ajuda”.

O programa #Influenci@-TE está a ser aplicado, desde setembro de 2021, nas escolas das áreas abrangidas pela equipa comunitária de saúde mental, nomeadamente, nos concelhos de Redondo, Alandroal, Borba, Vila Viçosa, Reguengos de Monsaraz, Mourão e Portel, às turmas de 8º ano de escolaridade.

Salomé Ratinho, médica Pedopsiquiatra e Coordenadora da UPIA, destaca "a adesão dos alunos e professores que tem sido entusiasmante”, além de se pretender, “a longo prazo e enquanto unidade, estender este programa a todas as escolas do distrito ao longo dos anos, por exemplo, capacitando os professores para a aplicação do programa”.

Este programa é composto por três sessões, que servem também para auxiliar a execução de “uma caracterização sociodemográfica dos alunos abrangidos”, adianta o HESE, através de questionários, “antes e depois do programa para avaliar a sua eficácia”.

A médica responsável justifica este trabalho com a importância da literacia em saúde mental para prevenir várias doenças, sobretudo, porque o Alentejo apresenta algumas especificidades a ter em conta.

“O facto de a população apresentar uma elevada prevalência de doença mental transgeracional e em determinados municípios, o isolamento, o contexto socioeconómico, a taxa de abandono escolar precoce, o estigma ainda muito prevalente e as dificuldades na acessibilidade ao hospital, acentuam as assimetrias desta região face a outras regiões do país e dos municípios mais rurais face às zonas mais urbanas do distrito”, destaca, Salomé Ratinho.

Recorde-se que a equipa comunitária de Psiquiatria da Infância e Adolescência, iniciou funções em maio do ano passado, no âmbito do projeto piloto, definido pelo Ministério da Saúde para a área da saúde mental, que previa o desenvolvimento de equipas de saúde mental comunitárias em todas as administrações regionais de saúde.

O objetivo destas equipas, passa por responder “mais e melhor às necessidades dos cidadãos, melhorando o acesso e reforçando as respostas de proximidade”.

A equipa do HESE é constituída por um médico com a especialidade de psiquiatria da infância e adolescência, dois enfermeiros, sendo um enfermeiro especialista em saúde mental e psiquiátrica, um psicólogo clínico, um técnico superior de serviço social, um terapeuta ocupacional e um assistente técnico.

Após um tempo prévio de planeamento, preparação e operacionalização da equipa, foi iniciado um trabalho na comunidade, que contempla não só

Além do programa de literacia em saúde mental, há todo um outro trabalho com a comunidade que integra, nomeadamente, atividades de intervenção clínica direta, visitas domiciliárias e articulação com cuidados de saúde primários, entidades de proteção de crianças e jovens, quer no âmbito clínico, quer na vertente de formação e também de prevenção.

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