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Lisboa, Gaia, Setúbal e Portalegre oferecem acolhimento a refugiados ucranianos

28 fev, 2022 - 14:35 • Rosário Silva com Lusa

Lisboa anunciou linha telefónica de apoio e prevê, entre outras medidas, contruir um centro de acolhimento de emergência para refugiados. Setúbal vai disponibilizar instalações municipais para acolher refugiados e Gaia oferece o hostel do Parque Biológico para o mesmo efeito. Pelo Alentejo, a Misericórdia de Portalegre abre portas a mulheres e crianças.

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A Câmara de Lisboa vai abrir o refeitório municipal de Monsanto para apoiar ucranianos retidos na cidade e criar um centro de acolhimento de emergência para refugiados da Ucrânia num pavilhão da Polícia Municipal.

Para todos os ucranianos que precisam de ajuda e para todos os que querem ajuda, o município tem disponível a partir de agora uma linha telefónica 800 910 111 e o endereço de email sosucrania@cm-lisboa.pt, indicou o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), numa conferência de imprensa conjunta com a embaixadora da Ucrânia, Inna Ohnivets.

"Lisboa está realmente com Kiev, com a Ucrânia, com o povo ucraniano", afirmou Carlos Moedas, referindo que o sentimento de solidariedade "é tão forte": "Com o coração dos lisboetas, queremos ajudar em tudo aquilo que seja necessário, não podemos ter essa hesitação".

O plano de solidariedade da cidade de Lisboa, centralizado na Câmara Municipal e que inclui as 24 juntas de freguesia lisboetas, divide-se em duas fases, em que a primeira passa por "dar um apoio imediato de alimentação, alojamento, vestuário, medicação e apoio psicossocial" aos ucranianos retidos na capital portuguesa, que se estima serem cerca de 50.

A segunda fase, implementada em coordenação com a embaixada da Ucrânia em Portugal, prevê a construção de "um centro de acolhimento de emergência para refugiados num pavilhão desportivo na sede da Polícia Municipal de Lisboa", na zona da Praça de Espanha, e que assim que for necessário estará pronto no máximo de 72 horas.

Setúbal disponível para acolher refugiados

Por Setúbal, também o município se disponibilizou esta segunda-feira para acolher refugiados da guerra na Ucrânia, em carta enviada ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, revelou a autarquia.

“A Câmara Municipal de Setúbal informou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros que tem disponibilidade e capacidade logística para acolher em instalações municipais, logo que tal seja necessário, refugiados da guerra em curso na Ucrânia”, revela a autarquia sadina num comunicado de imprensa.

“O presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, comunicou ao responsável da pasta dos Negócios Estrangeiros que a autarquia a que preside está profundamente preocupada com os efeitos provocados pela intervenção militar da Rússia na Ucrânia, de que são vítimas muitas centenas de milhares de cidadãos deste país e da região que, para fugir do conflito armado em curso e proteger as suas famílias, são obrigados a abandonar as suas casas”, acrescenta.

A Câmara de Setúbal refere ainda que a preocupação do município “tem de se traduzir em ações concretas” e que, por essa razão, decidiu “disponibilizar instalações municipais para acolher eventuais refugiados desta guerra que cheguem ao país em busca de auxílio”.

Gaia oferece hostel para acolher ucranianos

A norte, a Câmara de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, vai disponibilizar de “forma total e imediata” o hostel do Parque Biológico para acolher famílias ucranianas “que cheguem ao concelho nos próximos tempos”, foi também hoje anunciado.

O espaço tem capacidade para cerca de 50 pessoas.

Em comunicado, a Câmara de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, acrescenta que “será prestado todo o apoio educativo, alimentar e psicossocial às famílias e crianças deslocadas”.

A autarquia especifica que o apoio será dado através das respostas sociais do município e da rede social, acrescentando que, através do pelouro da Juventude, está a organizar uma recolha de bens essenciais nas escolas do concelho.

“Como se não bastasse a pandemia, a crise económica, as desigualdades e outros problemas nacionais e mundiais, este ato criminoso de guerra contra um país independente, a Ucrânia, vai transformar o nosso quotidiano. Enquanto povo solidário, temos de unir todos os esforços para acolher as famílias que fogem do terror e querem assegurar um futuro para os seus filhos. Vila Nova de Gaia não pode virar as costas”, refere o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, citado no comunicado.

Misericórdia de Portalegre abre portas a mulheres e crianças

Pelo Alentejo, a Santa Casa da Misericórdia de Portalegre (SCMP) manifestou-se esta segunda-feira disponível para acolher “entre 20 a 30” refugiados da Ucrânia, mais precisamente mulheres e crianças, na sequência da ofensiva militar da Rússia naquele país.

“A SCMP tem condições, obviamente com sacrifício, mas a solidariedade também se faz desse sacrifício, para acolher 20 ou 30 mulheres e crianças nas suas instalações”, disse à agência Lusa a provedora da instituição, Luísa Moreira.

De acordo com a responsável, na SCMP é possível oferecer aos ucranianos, de imediato, “alojamento, alimentação, apoio e carinho”.

“Esta guerra, este ataque aos direitos humanos mais básicos, revolta qualquer pessoa e a SCMP, sendo uma instituição de caráter social e assumidamente católica, pode ajudar, recebendo pessoas”, sublinhou.

Luísa Moreira alertou ainda que, nesta fase do conflito, “não poderão ser apenas” os países mais próximos, como a Polónia ou a Alemanha, a acolher refugiados.

“Nós sabemos que muitas crianças, muitas mulheres, sobretudo, estão a ter que abandonar a Ucrânia e, provavelmente, não poderão ser apenas a Polónia, a Alemanha e os países mais próximos a acolhê-los”, disse.

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