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Covid-19

Marta Temido prevê novas regras para certificados e testes

16 fev, 2022 - 11:53 • Marta Grosso

Ministra da Saúde reafirma incerteza ainda existente em relação ao comportamento da Covid-19 e diz que as decisões do Conselho de Ministros serão conhecidas esta semana, entrando em vigor “tão rápido quanto possível”.

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No final da reunião no Infarmed com os especialistas que apoiam o Governo na gestão da pandemia de Covid-19, nesta quarta-feira, a ministra Marta Temido mostrou-se satisfeita e cautelosa.

Em declarações aos jornalistas, referiu que a mortalidade em Portugal associada à doença ainda está acima do estabelecido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC), mas abriu também caminho a alterações no que diz respeito aos certificados digitais, à testagem e ao uso de máscara.

“Com estes condicionalismos, podemos considerar uma nova fase. Sabemos que Portugal passou esta quinta onda com menos restrições do que ondas anteriores e do que outros países”, pelo que, olhando para uma nova fase, “estamos a falar de uma nova política de testagem, tornando-a mais focada; questões relacionadas com a apresentação de certificados digitais em alguns espaços; a utilização ou não de máscara em espaços onde podemos estar mais protegidos, como ao ar livre”, afirmou aos jornalistas.

Em resposta a uma questão sobre o número de dias de isolamento para infetados e assintomáticos, Marta Temido explicou que a nova estratégia tem vários pilares:

  • Vigilância
  • Vacinação
  • testagem (“vamos provavelmente alterar o paradigma de testagem para mais focada, como já fizemos no passado”) e
  • medicamentos (“há novos fármacos que o país está a procurar adquirir e que têm efeito muito promissor, seguro, no debelar da doença grave”).

Além disso, há que diferenciar dois conjuntos de medidas:

  • “legislativas/política: uso de máscaras, exigência certificados, lotações de espaços,…) e
  • de saúde pública: definições técnicas que não serão apreciadas em Conselho de Ministros e que tem a ver com dias de isolamento, se variam com os sintomas da pessoa e até medidas relacionadas com a organização dos circuitos em termos de atendimento de doentes”, explicou a ministra.

Estas matérias de saúde pública são regulamentadas “em normas da Direção-Geral da Saúde.


Incerteza ainda exige acompanhamento

Durante a reunião, os especialistas foram unânimes em considerar que estamos a entrar numa fase endémica do vírus – o professor Henrique Barros foi mesmo taxativo – mas todos concordaram também que é necessário manter a vigilância e o acompanhamento, dada a incerteza que ainda impera.

“O que o Centro Europeu de Controlo de Doenças [ECDC] insiste em sublinhar é que temos demasiada incerteza para considerar que é uma endemia. Ainda não sabemos se haverá nova variante e com que características; e ainda incertezas em relação à sazonalidade, imunidade, efetividade vacinal, o que nos leva a um cenário de incerteza e não de convívio como existe com outras doenças”, afirmou Marta Temido, apesar de todos os especialistas ouvidos também terem falado na característica sazonal cada vez mais vincada também neste coronavírus.

“O acompanhamento terá de se manter”, acrescentou, sem responder se os boletins diários da DGS ser irão manter, mas abrindo porta a mais reuniões no Infarmed com os especialistas.

“Hoje, recebemos as recomendações dos peritos, que apontavam para três níveis: o atual, o nível 1 e o nível zero”, recordou.

Aquele em que nos encontramos, é um que tem implicado “menos restrições do que já tivemos; o 1 é um nível para o qual estaremos em condições de avançar, por virtude do decréscimo do número de casos e pela mortalidade a estabilizar; o nível zero é para que consigamos ainda trazer a infeção mais para baixo, sabendo que estamos hoje a encarar o futuro com maior tranquilidade do que o fizemos no passado”, explicou a ministra da Saúde.

Ouvidos os especialistas, o Governo vai agora, em Conselho de Ministros “ponderar esta informação”, integrar “a perspetiva das diversas áreas e procurar fazer este avanço com tranquilidade”, adiantou, sublinhando a frase do Professor Henrique de Barros: “tão rápido quanto possível, mas também tão devagar quanto necessário”.

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