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Vodafone. É "prematuro" associar ataque a recentes crimes informáticos

08 fev, 2022 - 21:30 • Sofia Freitas Moreira

Não houve um pedido de resgate na sequência do ataque à operadora de telecomunicações ocorrido, diz a PJ. A investigação decorre com apoio internacional, envolvendo a Europol e a Interpol.

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A Judiciária diz ser prematuro associar o ataque informático à Vodafone a outros ataques que ocorreram nos últimos meses em território nacional. Em conferência de imprensa na Direção Nacional da Polícia Judiciária, em Lisboa, esta terça-feira, o diretor da unidade de combate ao cibercrime esclarece que, neste momento, todas as hipóteses estão em aberto.

“É prematuro associar [o ataque] a outros ataques que tenham ocorridos nos últimos tempos. Não temos esses dados. Não excluímos essa hipótese, mas é prematuro fazer essa avaliação. Quando falamos de motivação é a mesma coisa”, afirma Carlos Cabreiro.

Avança ainda que não houve um pedido de resgate na sequência do ataque cibernético à operadora de telecomunicações Vodafone ocorrido na segunda-feira.

“Nesta situação em concreto, não houve pedido de resgate”, começa por dizer o diretor, acrescentando que esta realidade é global e não é exclusiva a Portugal. “Estes ciberataques acontecem com alguma regularidade por todo o mundo. Um dos grandes objetivos da investigação é perceber a motivação subjacente ao ataque e apurar se, de facto, alguma informação confidencial ou dados pessoais possam ter sido tirados e expostos ao exterior das instituições”.

O diretor da unidade de combate ao cibercrime da PJ avança que a investigação decorre com apoio internacional, envolvendo a Europol e a Interpol, por exemplo, mas também nacional, com o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) e os serviços de informações do Estado. Nestas declarações aproveita para sublinhar que é cedo para esclarecer as motivações e quem são autores deste ataque.

“A PJ está em estreita colaboração também com parceiros internacionais no sentido de obter informação que ajudem a suportar os indícios que tivermos sobre a autoria do ciberataque”, esclarece.

A PJ diz ainda que o ciberataque à empresa de telecomunicações está a ser investigado como um único ataque. "Estamos a falar exclusivamente de um ataque informático, um crime informático. As notícias que deram conta de que existiriam outros alvos ou outros ataques informáticos sobre outras instituições não correspondem à verdade", disse o especialista.

Carlos Cabreiro deixou ainda alguns conselhos de prevenção às empresas portuguesas para que se protejam de futuros ataques informáticos.

“A necessidade de não terem toda a informação nos mesmos locais, os backups que estão associados ao seu trabalho estarem segmentados e não estarem nos mesmos locais onde está a informação core da atividade das empresas”, são alguns dos conselhos do especialista, que inclui ainda a própria política das passwords associadas à empresa.

“Não confundir o que é a utilização das passwords pessoais ou dos serviços de email pessoas e profissionais. Haver também aqui uma segmentação e capacidade de distinguir o que é pessoal do que é profissional”, sublinha.

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  • Digo Eu
    08 fev, 2022 País 22:30
    Se não há pedido de resgate, é porque não foi para extorquir. E claro que não foi um puto numa garagem, ou a Nos / MEO a tentarem livrar-se de um concorrente. O que sobra? A Rússia / China a testar as defesas Cibernéticas, em caso de ter de lançar um ataque devastador? Uma teoria de Conspiração igual a tantas outras... Mas que talvez seja melhor não descartar desde já.

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