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Internamentos por Covid-19 vão continuar a subir

17 jan, 2022 - 08:27 • Anabela Góis , Olímpia Mairos

Apesar de estarmos muito longe dos números críticos de há um ano, há cada vez mais pessoas hospitalizadas. Mas não se pode falar em elevada pressão hospitalar, pois estamos longe do limite considerado crítico nos cuidados intensivos. Muito devido à vacinação.

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Os internamentos por Covid-19 vão continuar a aumentar. O aviso é feito na Renascença por José Artur Paiva, diretor do serviço de medicina intensiva do Hospital de São João.

“O pico das hospitalizações é habitualmente sempre um pouco depois do pico da incidência dos novos casos e, portanto, é muito provável que o pico de hospitalizações aconteça daqui a uma semana, 10 dias, e não nesta altura”, afirma.

O diretor do serviço de medicina intensiva do Hospital de São João acredita, por isso, que “vamos ter provavelmente nos próximos dias um aumento do número de doentes internados”.

O Ministério da Saúde admite que estaremos a passar o pico desta vaga da pandemia, mas isso ainda não se reflete nos internamentos hospitalares, pois, apesar de o país estar muito longe dos números críticos de há um ano, há cada vez mais pessoas hospitalizadas. No sábado, por exemplo, foram internadas 80 pessoas e o mais natural é que os números continuem a aumentar.

À Renascença, o diretor da medicina intensiva do Centro hospitalar de São João adianta que entre os doentes hospitalizados em enfermaria há cada vez mais pessoas que são internadas por outras patologias, mas que também têm Covid-19. A percentagem já chega os 40%.

“Às pessoas que são internadas pela gravidade da doença Covid-19, soma-se uma outra população que é internada por uma outra patologia, uma outra doença que leva ao internamento”, adianta o especialista, exemplificando que pode tratar-se de doentes com “insuficiência cardíaca, enfarte do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais, mas que no teste de rastreio à entrada do hospitalar, embora esteja pouco sintomático ou até assintomático do lado Covid, testa positivo”.

“Isto é, vemos o número de internados, vemos a soma de pessoas que são internadas por causa da Covid-19 com aquelas que são internadas por outra razão, mas que testam positivo ao SARS-CoV-2”, diz José Artur Paiva, adiantando que os internados nas enfermarias representam 30 a 40% dos casos.

"Não podemos falar de pressão elevada sobre o sistema hospitalar"

Embora as hospitalizações estejam e devam continuar altas nos próximos dias, ao nível de cuidados intensivos estamos longe do limite considerado crítico devido à alta taxa de vacinação, aliada a uma variante que tem mostrado ter efeitos menos graves.

A maior pressão nesta altura não se regista ao nível hospitalar, mas a um nível anterior.

“O número de doentes Covid-19 críticos que temos internados agora tem oscilado entre os 15 e os 18. Estou a falar dos muito graves, dos internados em medicina intensiva; quando no inverno passado chegámos a ter quase 50 doentes no pico da pandemia. Estamos a falar de números muito diferentes”, assinala.

O especialista sublinha que, embora se verifique “um acréscimo de trabalho pelos doentes Covid-19, estamos numa época que é sempre difícil, mesmo antes da existência da pandemia e que é o inverno; obriga a uma adaptabilidade dos hospitais para esta resposta, mas não podemos falar de uma pressão elevada sobre o sistema hospitalar”.

A Covid-19 provocou 5.519.380 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países.

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