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Interior. Programa “Chave na Mão” sem mãos onde pôr chaves

29 nov, 2021 - 08:54

Os autarcas do interior lamentam que nem a proliferação do teletrabalho tenha levado mais portuguesas a mudar-se para fora das grandes cidades do litoral.

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Mais de um ano e meio após a entrada em vigor do programa “Chave na Mão”, que tinha por objetivo incentivar residentes de grandes centros urbanos a mudarem-se para municípios do interior, não houve uma única manifestação de interesse.

Em resposta a um pedido de informação feito pelo “Jornal de Notícias” o Instituto de Habilitação e Reabilitação Urbana (IHRU) justifica a falta de adesão ao programa com o contexto pandémico, já que a medida só entrou em vigor a 23 de abril de 2020, “no período mais premente de confinamento por causa da pandemia, o que poderá justificar que ainda não tenham sido recebidos pedidos no âmbito deste programa”, lê-se.

O mesmo jornal ouviu ainda alguns autarcas de municípios do interior que embora reconheçam méritos ao programa, lamentam a demora na sua regulamentação, que demorou cerca de dois anos a sair do papel.

“Falta sempre alguma coisa. O Chave na Mão é uma boa intenção. Fazem-se boas políticas para o interior e, depois, demoram muito tempo a serem concretizadas”, diz o presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga.

Os autarcas lamentam ainda que mais portugueses não aproveitem a valorização do teletrabalho, que permite viver num local com custo de vida mais baixo e potencialmente melhor qualidade de vida, mantendo o trabalho para a empresa sedeada num grande centro urbano.

O programa “Chave na Mão” destina-se a residentes de grandes centros urbanos que tenham casa própria. O IHRU compromete-se a pagar uma renda pela habitação, que passa a integrar um dos programas de arrendamento acessível que existem nas grandes cidades.

O proprietário mantém a posse do imóvel e recebe por ele uma renda que deve permitir cobrir os custos de vida num dos 165 concelhos de baixa densidade populacional do continente.

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  • Carlos Curado
    29 nov, 2021 Porto 09:57
    Quantas pessoas com uma serie de formações gostariam de mudar para o interior. Mas como de costume ou por causa da idade ou por não terem habitação ficam automaticamente excluídas. Eu possuo uma serie de formações mas já me consideram velho para essas andanças, tenho 55 anos. Agora pergunto eu, com a esperança de vida a aumentar e segundo os especialistas com a próxima geração a poder atingir a barreira dos 100 anos, o que os governos pretendem fazer com os maiores de 35/40 anos? Será que não os irão aconselhar a pôr fim á vida como um primeiro ministro japonês sugeriu aos velhos de lá. Este programa cheira-me a dar um presunto em troca de uma vara de porcos.

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