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"Reputação intacta". Presidente diz que "um ou dez casos" não são "milhares de militares portugueses"

16 nov, 2021 - 00:55 • Sofia Freitas Moreira com Redação

Marcelo Rebelo de Sousa esteve presente na cerimónia de despedida da 10.ª Força Nacional destacada para a República Centro-Africana. Ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, esteve ausente. Governo foi representado pela secretária de Estado da Defesa, Catarina Sarmento e Castro.

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O Presidente da República defende que o caso de alegado tráfico de diamantes, ouro e droga, envolvendo militares portugueses ao serviço das Nações Unidas na República Centro-Africana (RCA) não afeta a boa reputação das Forças Armadas portuguesas em missões internacionais.

"Um, dois, três, quatro, dez casos que possam existir, e que venham a ser punidos exemplarmente, não são milhares de militares portugueses em missões internacionais (...) essa reputação não é atingível, continua intacta, é o resultado de anos e anos de dedicação das nossas Forças Armadas", disse Marcelo Rebelo de Sousa, numa alusão indireta à Operação Miríade.

"Vós sois o orgulho de Portugal", insistiu o Chefe do Estado, que esteve esta terça-feira, ao início da madrugada, na despedida da 10.ª Força Nacional destacada para a República Centro-Africana, na base militar de Figo Maduro, numa cerimónia em que o ministério da Defesa esteve representado pela secretária de Estado Catarina Sarmento e Castro.

O contingente de 110 militares do Exército e da Força Aérea Portuguesa partiu, pelas 01h00 da madrugada desta terça-feira, para a República Centro-Africana. O destacamento faz parte da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA).

Estes militares juntam-se aos 70 do Destacamento Avançado, que partiram para este teatro de operações no passado dia 26 de outubro.

A presença do Chefe do Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas ocorreu no quadro da polémica em torno da Operação Míriade, e da não comunicação das suspeitas pelo ministro da Defesa a propósito das suspeitas que recaem sobre os militares.

Dos 11 arguidos – entre eles, militares, um advogado, um agente da PSP e um militar da GNR - apenas cinco decidiram prestar declarações perante o juiz Carlos Alexandre. Dois ficaram em prisão preventiva.

Durante a cerimónia de despedida, o Presidente da República disse ainda que deverá voltar ao país na primavera de 2022, lembrando que a última visita ocorreu em 2018.

Marcelo Rebelo de Sousa destacou ainda que as forças militares portuguesas estão naquele país africano por três razões. "A primeira razão chama-se construção da paz que é inseparável de uma missão também humanitária. A paz, a estabilidade social, o apoio às populações, sobretudo aos mais carenciados, às crianças, às mulheres, aos mais idosos, aos mais dependentes num clima de conflito".

"Neste dias, as fronteiras de Portugal começam em África. Muitos europeus demoraram a perceber isso. Pensavam que as fronteiras começavam no [Oceano] Atlântico ou no [Mar] Mediterrâneo, ou quando muito no norte de África e não perceberam que as migrações que avançam rapidamente do centro de África para o norte de África e de África para a Europa", alertou ainda o chefe de Estado, relativamente à crise das migrações.

A 10ª Força Nacional Destacada nesta missão é comandada pelo Tenente-coronel Jorge Simões Pereira e assumirá a Força de Reação Rápida da MINUSCA nos próximos seis meses.

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