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Nuno Santos sobre a CNN Portugal: “Todos são nossos concorrentes”

21 nov, 2021 - 22:43 • Maria João Costa

O diretor do canal revela quem são os concorrentes, fala do jornalismo de confiança e proximidade que querem fazer e admite que a instabilidade política pode gerar um impasse no investimento económico.

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"Sinto que há um grande frenesim no mercado” admite Nuno Santos. O diretor da CNN Portugal, o novo canal de informação que vai para o ar a partir desta segunda-feira considera que a chegada da marca global de notícias está a gerar alguma agitação no mercado.

Questionado sobre quem são os concorrentes diretos, Nuno Santos revela: “Todos são nossos concorrentes e nós concorremos com todos”. Segundo o diretor do canal, tanto concorrem “com os canais de televisão, como com a Rádio Renascença, as edições digitais dos jornais de papel, com os jornais nativos digitais”.

Na opinião do ex-diretor da TVI, este é "o mundo que temos”, onde todos devem “procurar fazer melhor, ser mais consistentes na oferta e deixar à escolha do público onde quer estar”.

Em entrevista à Renascença, Nuno Santos defende que a CNN Portugal “nasce para acrescentar valor àquela que já é a oferta que temos, seja na televisão, no digital ou na rádio”, e onde a nova equipa vai procurar fazer “um jornalismo de confiança, proximidade e onde os factos prevalecem”.

“Se eu pudesse fazer uma crítica ao jornalismo que se pratica em Portugal, diria que talvez tenhamos um excesso de opinião, em contraponto, com a menos atenção aos factos e à verificação dos factos”, explica Nuno Santos.

Numa voz tranquila, Nuno Santos explica que serão “julgados” pelo jornalismo que produzirem, é pelo menos isso que diz à sua equipa.

Embora tenham uma “marca global muito forte” por trás, como a CNN que está “em 450 milhões de lares à escala global”, a CNN Portugal terá como foco “fazer um canal feito por portugueses, em Portugal e destinados aos portugueses”.

Nuno Santos considera que terão de “ser hábeis em identificar os conteúdos que tocam ao público portugueses” e serem “capazes de os exibir”. Além de irem beber alguns conteúdos à casa mãe, em temáticas “que são globais e não locais”, como “a questão ambiental”, vão também abordar “outras temáticas que estão fora do jornalismo puro e duro, como o ‘lifestyle’, e as viagens”, destaca Nuno Santos.

Nascer em plena crise política

“Podemos e seremos surpreendentes”, diz Nuno Santos sobre a televisão que querem fazer. Mas o diretor da nova CNN Portugal fala também do momento particular em que a marca internacional se instala no nosso país.

“Quando celebramos o acordo com a WarnerMedia, não tínhamos o dado de que existiria uma crise política em Portugal na altura em que estamos a entrar no ar”, diz Nuno Santos.

O diretor da CNN Portugal, questionado sobre o investimento em media numa altura em que o mercado publicitário está ainda sob o efeito da pandemia, explica que “muitas vezes uma crise política significa também algum impasse do ponto de vista da economia, algum arrefecimento”.

No entanto, o responsável rapidamente acrescenta que “os dados do mercado publicitário não apontam nessa direção”, mas sublinha que “no momento em que se desinveste no jornalismo, investir no jornalismo como um instrumento de melhoria da nossa democracia”, não é “um ato de coragem”, mas “é uma iniciativa a ter em conta por parte dos nossos acionistas”, conclui Nuno Santos.

Nestas declarações à Renascença registadas na véspera da abertura do canal, Nuno Santos lembra que terão uma “oferta global no caso da televisão e em particular do digital”. O responsável lembra que hoje “o acesso das pessoas à televisão faz-se em diferentes suportes e há muito consumo em diferido”.

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