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Morreu o advogado António Serra Lopes

20 nov, 2021 - 12:29 • Marta Grosso

Tinha 87 anos. Foi consultor do Governo, diretor jurídico do grupo CUF, e fundador de um escritório de advogados com mais de 60 anos. Velório realiza-se neste sábado à tarde. Funeral será na segunda-feira.

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Morreu, na sexta-feira, o advogado António Serra Lopes. A notícia é avançada neste sábado pela Ordem dos Advogados.

“O senhor bastonário, Prof. Doutor Luís Menezes Leitão, e o Conselho Geral manifestam o seu mais profundo pesar pelo falecimento do nosso Ilustre Colega, Dr. António Serra Lopes, e apresentam sentidas condolências à Senhora Bastonária Maria de Jesus Serra Lopes e restante família”, lê-se no comunicado, publicado na internet.

No Facebook, a filha – a jornalista Inês Serra Lopes – confirma o falecimento e recorda o pai como “ um dos melhores advogados da sua geração ”, mas “muito mais do que isso”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentoua morte do advogado António Serra Lopes, considerando que a "advocacia portuguesa perdeu um dos seus mais notáveis membros".

Numa nota no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa "lamenta a morte do advogado António Serra Lopes, seu amigo de décadas, enviando à mulher, Maria de Jesus Serra Lopes, e demais Família enlutada, as mais sentidas condolências".

"A advocacia portuguesa perdeu um dos seus mais notáveis membros", enalteceu.

De acordo com o chefe de Estado, António Serra Lopes dedicou a sua vida ao direito e à prática da advocacia, "tendo-se notabilizado entre os seus pares pela defesa intransigente dos direitos fundamentais e pela procura da Justiça".

"Empenhou-se com rigor e determinação nas causas que abraçou", elogiou.

Luís Cortes Martins, managing partner da Sociedade de Advogados Serra Lopes, lembra aquele que foi o seu patrono como alguém que nunca quis exercer a política ativa, mas que muito se preocupou com os problemas do país.

“Era um grande advogado, teve um percurso muito interessante, teve uma experiência internacional ainda antes do 25 de abril, porque foi diretor jurídico do Grupo CUF, que na altura era o maior grupo privado português, e que já era um grupo com bastante internacionalzação. Viveu no Brasil entre 1975 e 1980, e depois quando regressa está muito focado também na parte política. Nunca se envolveu numa política ativa direta", lembra.

Cortes Martins diz que foi Serra Lopes foi "convidado para vários cargos governamentais", sobretudo com Sá Carneiro, "mas nunca aceitou".

"Esteve envolvido em vários projetos, um que para ele era muito caro era o das minas de Neves Corvo, que deu origem à Somincor; outro o da Lisnave, uma empresa emblemática deste país, e muito outros projetos estruturantes da economia portuguesa. Portanto, era uma pessoa muito preocupada com os projetos estruturantes do país, e com o sentido do país", valoria.

"Era uma pessoa realmente extraordinária. A opinião dele era uma mais valia em todas as situações", remata o advogado.

Nascido em 6 de agosto de 1934, em Lisboa, António Serra Lopes licenciou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa em 1934. Frequentou também o curso de Direito Comparado na Faculdade Internacional de Direito Comparado de Estrasburgo, que concluiu em 1967.

Em 1975, inscreveu-se na Ordem dos Advogados do Brasil e trabalhou no Rio de Janeiro até 1980.

Era membro da Union International des Avocats, da International Bar Association e do Centro de Arbitragem da Associação Comercial de Lisboa.

Em Portugal, foi consultor do Governo e advogado e diretor jurídico do grupo CUF.

Ao nível pessoal, António Serra Lopes era casado com Maria de Jesus Serra Lopes, também advogada e a primeira mulher a ocupar o cargo de bastonário.

Serra Lopes morreu na sexta-feira, aos 87 anos. O velório realiza-se neste sábado, às 16h30, na Igreja da Ressureição, em Alvide, Cascais, seguido da missa de corpo presente às 19h00, segundo informação veiculada pela Ordem dos Advogados.

A encomendação será no domingo, às 12h30.

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