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Castanhas. Tempo seco afetou "como nunca" a produção em Marvão, dizem produtores

08 nov, 2021 - 12:59 • Lusa

"Tenho uma quebra na produção de 90%", diz o empresário José Mário. A castanha não desenvolveu e ficou "miúda, sem calibre".

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O tempo seco afetou a produção de castanha em Marvão, no Alto Alentejo, sendo 2021 considerado um ano "muito mau" para o setor, lamentaram os produtores daquela região nesta segunda-feira.

"A produção da castanha este ano está mal. Eu não me lembro de um ano tão mau como este, nós falámos com as pessoas mais velhas e ninguém se lembra de um ano como este", lamentou à agência Lusa o produtor e empresário José Mário.

Numa zona do distrito de Portalegre onde predominam nos campos as espécies Bária e Clarinha, o tempo seco prejudicou o desenvolvimento da castanha, o que fez com que a mesma apresente um calibre "muito baixo" este ano.

"Eu tenho uma quebra na produção de 90%. Isto na produção para mercado fresco [supermercados]. A outra castanha mais miúda é para a indústria. É um grande prejuízo, pois precisamos de castanha em fresco e não há", explicou.

Apesar deste prejuízo, o empresário e produtor sublinhou que a castanha que está a ser aproveitada para o consumo "tem qualidade".

A castanha com calibre 30/32 está a ser comercializada na "ordem dos dois euros o quilo" e a castanha mais pequena (calibre 28) está a ser comercializada na ordem de "um euro o quilo".

"Não me lembro de uma produção tão ruim"

Joaquim Bonacho é também produtor de castanha no concelho de Marvão e, em declarações à Lusa, também afirmou que a produção "é do pior que há" este ano.

"Nunca me lembro de uma produção tão ruim como a deste ano. O tempo até parecia que tinha corrido bem, em abril e maio, mas a castanha ficou toda miúda, sem calibre", disse.

O empresário regista este ano uma quebra na sua produção na ordem dos 50%.

Joaquim Bonacho, que está a vender a sua produção a particulares, sublinhou, no entanto, que tem "vendido bem" o seu produto nos últimos tempos.

Feira da Castanha até ao fim do mês

O microclima da serra de São Mamede, propício à produção de castanha, já levou a que as entidades que tutelam o setor considerassem a castanha de Marvão como de origem protegida.

Para minimizar o impacto económico negativo junto dos produtores, a Câmara de Marvão está a promover até ao dia 21 deste mês uma iniciativa gastronómica dedicada à castanha em 14 restaurantes aderentes do concelho.

Além desta iniciativa, o município vai promover no fim de semana a 37.ª edição da Feira da Castanha – Festa do Castanheiro, evento que é considerado um dos "ex-líbris" do concelho.

De acordo com a Câmara de Marvão, mais de três toneladas de castanha e mil litros de vinho devem ser consumidos nesta feira, que foi em 2020 foi adiada devido à pandemia de Covid-19.

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